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Erro humano pode ter causado afundamento do «levoli Sun»

O afundamento do cargueiro italiano «levoli Sun», no início de Novembro, com quatro mil toneladas de produtos químicos tóxicos a bordo poderá ter tido origem em erro humano, de acordo com investigações revaladas hoje.

O «levoli Sun», recorde-se, era um cargueiro de 7300 toneladas fretado pelos grupos petrolíferos Shell e Exxon-Mobil e afundou-se a 19 quilómetros a norte da ilha de Aurigny, Grã-Bretanha, levando ecologistas a temer o pior.

A bordo seguiam quatro mil toneladas de estireno, um produto corrosivo e cancerígeno não solúvel em água e duas mil toneladas de produtos não tóxicos.

Na altura, um «forte odor», que segundo a capitania marítima de Cherbourg provinha de uma mistura de gasóleo e estireno, foi detectado na zona do Canal da Mancha onde o navio se afundou, o que levou à suspensão dos trabalhos de resgate da carga do navio.

Agora, um grupo de investigadores da divisão marítima do Gabinete de Investigação de Acidentes (BEA, no original) francês considerou que na origem do afundamento poderá ter estado uma série de atitudes negligentes por parte de uma tripulação altamente experimentada.

O navio deixou o porto de Fawley, Grã-Bretanha, dia 28 de Outubro, em direcção ao porto jugoslavo de Bar. 24 horas depois de partir, um alarme indicou a entrada de água para a proa da embarcação. No entanto, após verificações feitas no local, o capitão entendeu que a quantidade de água em causa era reduzida e que o navio podia prosseguir viagem.

Doze horas depois, o navio entra em águas profundas e a tripulação apercebeu-se que centenas de toneladas de água se haviam infiltrado nos compartimentos de lastro, tornando o navio incontrolável. Pouco depois, os marinheiros foram recolhidos por um helicóptero.

Rebocadores franceses tentaram «puxar» o navio para porto seguro, mas o «levoli Sun» acabou por ir ao fundo no dia seguinte. Entretanto, a sua carga continua no seu interior, a cerca de 70 metros de profundidade.

Os investigadores da BEA acreditam que na origem da entrada de água no caso do navio está o facto de a tripulação não ter encerrado correctamente uma escotilha do convés superior, apesar de admitirem que se poderá ter aberto por si após o afundamento.

O relatório final, no entanto só será apresentado dentro de um ano.

Redação