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Administração explica-se, trabalhadores manifestam-se

A administração da TAP fundamentou a decisão de aumentos zero dizendo que a empresa tem prejuízos acima da média e receitas abaixo da média. À porta da TAP decorreu uma manifestação de trabalhadores que pretendem demonstrar a sua insatisfação.

A TAP vai ter que parar o crescimento dos custos e das despesas fixas. Esta foi a ideia defendida pelo administrador delegado da empresa, Fernando Pinto.

O mesmo explicou que a TAP está com custos acima da média e receitas abaixo da média. Esta é a razão porque os trabalhadores, no próximo ano, não podem ter aumentos.

«Fui obrigado a informar a todos os sindicatos da empresa que em 2001 não podemos mexer na conta salário. Não temos a menor condição para o fazer», explicou Fernando Pinto.

«Perguntaram se esta medida era um congelamento, ao qual respondi que não porque isso significava que as anuidades também não acontecessem, e nisso não vamos mexer», continou.

Fernando Pinto defendeu que a empresa tem que aumentar a eficácia e criar uma ofensiva no mercado dos negócios. Para além disso, tem que travar o crescimento das despesas.

Quanto à proposta de aumentos zero, o administrador delegado da TAP diz que os sindicatos reagiram com «responsabilidade».

Os trabalhadores manifestam-se

À porta da TAP decorreu uma manifestação com uma centena de trabalhadores que pretendem demonstrar insatisfação pelo que o conselho de administração propôs aos sindicato: o não aumento de salários de 2001.

O coordenador da comissão de trabalhadores da TAP, Miguel Valente, demonstra a sua insatisfação: «achamos que não é com medidas como estas que se consegue galvanizar e recuperar os trabalhadores para este projecto. Os trabalhadores tem vindo a ser 'castigados': em 1994 foram atingidos pelo regime sucedâneo no sentido de salvar a TAP, foram reduzidos direitos aos trabalhadores».

«Os trabalhadores tiveram três anos sem aumentos de salários. Agora não vai ser só um ano, vão ser mais três anos. No próximo ano vamos ter um prejuízo de 19 milhões, no ano a seguir também ainda não existem condições para haver aumentos, no terceiro ano, se houver alguma recuperação, propõem-se a dar uma espécie de prémio e só a partir do quarto ano é que poderá haver condições para os aumentos salariais», explicou Miguel Valente.

«Os trabalhadores não podem aceitar isto porque foram aqui injectados 180 milhões de contos. Os conselhos de administração, devido à sua má gestão, desbravaram esse dinheiro, por exemplo no acordo com a Suissair», indignou-se o coordenador da comissão de trabalhadores.

Redação