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Populares impedem construção de monumento

Um grupo de populares, liderados pelo presidente da JF de Fátima, impediu hoje o início da construção, em Fátima, de um monumento sobre os 500 anos das Misericórdias em Portugal. Em causa está a propriedade do terreno.

Um grupo de populares, liderados pelo presidente da Junta de Freguesia de Fátima, impediu hoje o início da construção em Fátima de um monumento sobre os 500 anos das Misericórdias em Portugal.

Cerca de 30 populares impediram a marcação do terreno para a construção do monumento, alegando que o terreno onde a obra irá ser implantada é propriedade da Junta de Freguesia e não da União das Misericórdias.

O monumento a instalar em Fátima destina-se a celebrar o trabalho das Misericórdias em Portugal e está prevista a sua conclusão até ao final do ano.

Júlio Silva, presidente da Junta de Fátima, explicou à agência Lusa que «ainda não está definido legalmente o proprietário deste terreno», que, no seu entender, «pertence à Junta de Freguesia».

Em causa está a venda, em 1986, de um lote de 200 mil metros quadrados no local do Cabeço do Moinho à União das Misericórdias Portuguesas para a construção do Centro de Deficientes Profundos João Paulo II e de um hospital.

O centro de deficientes já foi construído mas o hospital ainda não foi iniciado pelo que «até que sejam cumpridas as promessas, a Junta não vai deixar ocupar o terreno restante com um monumento que serve apenas para marcar posição», defendeu Júlio Silva, revelando ainda que «existe equipamento de radiologia oferecido pelo Rotary Club de Fátima para o futuro hospital que continua parado no centro de deficientes».

Para o autarca, a «escritura não está correcta porque fala em 200 mil metros quadrados num terreno que dificilmente terá esse tamanho», pelo que o negócio terá de ser revisto.

O presidente da Junta admitiu, também, a existência de um erro porque «bastavam 30 mil metros quadrados para a construção do centro de deficientes».

Até que o caso seja solucionado, Júlio Silva não permite a construção de qualquer obra, acusando a Câmara de «ter apoiado o monumento com materiais sem comunicar a situação à Junta de Freguesia quando sabia das dúvidas existentes quanto à posse do terreno».

Contactado pela Lusa, Manuel Calém, presidente do centro de deficientes, recusou prestar qualquer declaração sobre o caso.

Redação