A Comissão Eleitoral da Associação Académica de Coimbra rejeitou o pedido de impugnação das eleições para os órgãos de direcção-geral apresentado por Nuno Lobo, um dos candidatos derrotados.
A Comissão Eleitoral da Associação Académica de Coimbra (AAC) rejeitou o pedido de impugnação das eleições para os órgãos de direcção-geral apresentado por Nuno Lobo, um dos candidatos derrotados.
O estudante de Direito, que foi derrotado por Humberto Martins (reconduzido no cargo de presidente da AAC), considerava haver «motivos suficientes» para que o processo fosse impugnado, mas a Comissão Eleitoral não teve esse entendimento.
Nuno Lobo queixava-se de, durante o acto eleitoral, não ter sido respeitado o princípio de igualdade, por as urnas não terem estado abertas nas faculdades de Direito e Letras, o que levou a sua lista («T») a retirar os delegados das mesas de voto. Criticou também o facto de, em outros casos, as urnas apenas terem funcionado duas horas.
Sexta-feira, a Comissão Eleitoral esteve reunida e ouviu o resultado de um parecer solicitado pelo seu presidente, Vítor Aires, a três assistentes da Faculdade de Direito de Coimbra que foram unânimes em dizer que houve irregularidades, mas que estas foram «provocadas pelos impugnadores».
«Sobre a constituição das mesas e de as urnas terem estado abertas poucas horas, acharam que foi por culpa dos impugnadores», referiu Vítor Aires à agência Lusa.
No entanto, Paulo Mota Pinto, um dos três juristas autores do parecer, colocou a possibilidade de se realizarem novas eleições na Faculdade de Letras, uma vez que os alunos foram obrigados a deslocar-se à sala de estudo da AAC para votar, o que põe em causa o princípio de igualdade no acto.
Mas, depois de lido, o documento de 22 páginas não foi discutido - apesar do protesto da lista «T» - e foi directamente a votação, sendo «chumbado».
Segundo Vítor Aires, «os elementos da lista que propôs a impugnação («T») votaram favoravelmente e os das outras duas listas («V» e «B») contra».
«Eu, enquanto presidente da Comissão Eleitoral, abstive-me, porque não posso julgar o meu próprio trabalho, apesar de não concordar com o comportamento da lista «T»», acrescentou.
Por já suspeitar da decisão da Comissão Eleitoral sobre as eleições, ocorridas no final do mês passado, a lista «T» recolheu assinaturas para a realização de uma Assembleia Magna extraordinária, mas também aí os estudantes tomaram o lado de Humberto Martins.