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Trabalhadores exigem aumentos de 8 mil escudos

Centenas de trabalhadores do sector têxtil manifestaram-se, esta tarde, em frente à associação patronal. Os sindicatos dizem que a indústria têxtil tem os salários mais baixos do mercado e exigem aumentos de 8 mil escudos.

Cerca de duas centenas de trabalhadores do sector têxtil concentraram-se hoje, no Porto, em frente à sede da associação patronal reclamando aumentos, para o próximo ano, de 8 mil escudos.

Neste sector, dizem os sindicatos, praticam-se os salários mais baixos da indústria transformadora. A média dos ordenados fica abaixo dos 70 mil escudos por mês.

Carvalho da Silva (na foto), secretário geral da CGTP, classificou a situação como sendo «um escândalo» já que, no sector têxtil, há uma enorme concentração de riqueza: «ligados ao sector têxtil temos muitos senhores que fazem uma acumulação de riqueza escandalosa em meia dúzia de anos».

Carvalho da Silva afirmou, também, que estas empresas não têm futuro pois não têm capacidade competitiva: «há empresas que, quando apostam na organização e na gestão, são empresas competitivas. Mas, na mesma rua, há empresas que apenas apostam, nos baixos salários, na baixa qualificação, na precariedade, que não investem nas tecnologias e que não têm futuro».

O secretário geral exige uma rápida intervenção do governo e lembra que o sector têxtil é responsável por mais de mil milhões de contos das exportações nacionais.

Segundo Carvalho da Silva, 2001 vai ser um ano de muita agitação social uma vez que a intersindical vai «fazer tudo no sentido de garantir melhorias de salários para os trabalhadores, melhorias de condições vida e o combate ao desenvolvimento de uma crise social» que tem vindo alastrar.

Para evitar estes protestos, no sector têxtil, os empresários têm que aceitar aumentos de, pelo menos, 8 mil escudos.

Redação