A manifestação prevista para amanhã em Lisboa, foi suspensa pelos mineiros da Somincor. A greve à porta da empresa mantém-se desde há oito dias. Os manifestantes referiram que vão «continuar firmes».
Os trabalhadores da Somincor - Neves Corvo, continuam em greve desde há oito dias, mas esta tarde referiram que iam «continuar firmes» no protesto, mas a manifestação prevista para amanhã em Lisboa, foi suspensa.
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STMI), Eduardo Lázaro, disse que decidiram manter em suspenso a deslocação a Lisboa preparada para amanhã, uma vez que «as circunstâncias se alteraram». Os manifestantes acharam estranho que «a GNR tenha aqui à porta 160 efectivos por causa de um piquete de greve».
O dirigente do Sindicato apontou o dedo para o facto da administração estar a agir ilegalmente, substituindo os trabalhadores em greve por chefias. Como referiu, «existem pessoas não especializadas a mexer em explosivos».
A Somincor justifica a presença policial
A administração da Somincor justificou que a presença do corpo de intervenção da GNR se deve ao facto do «bloqueio» de ontem à noite. Os mineiros em greve impediram a entrada na empresa de colegas que não aderiram à paralisação.
Segundo um comunicado da empresa, ocorreram «acções de bloqueio» cerca das 22:00 de ontem, obrigando a paragens na mina.
Hoje, cerca das 6:00, os grevistas tentaram «novamente impedir a entrada de quem queria trabalhar, só a intervenção das autoridades os demoveu desse intento», podia ler-se no comunicado.
A GNR de Beja reforçou a presença na mina ontem, quando os trabalhadores tentaram impedir a saída de comboios carregados de minério.
Hoje, estão de prevenção na empresa cerca de 60 elementos do corpo de intervenção da GNR.
Os operários em greve cumprem o oitavo dia de greve. Segundo o STIM, a greve tem tido a adesão de cerca de 90 por cento. O clima de tensão entre trabalhadores e as forças de segurança mantinha-se ao princípio da tarde.