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Sede de jornal italiano explode (actual.)

Numa explosão ocorrida hoje na sede do jornal de esquerda italiano «Il Manifesto», em Roma, uma pessoa ficou ferida. Identificada pela policia como membro de um grupo de extrema-direita, pode mesmo ter sido o «estafeta» da bomba.

O jornal de esquerda italiano «Il Manifesto» explodiu hoje, provocando um ferido, informaram os bombeiros.

A polícia identificou o ferido como sendo Andrea Insabato, de 41 anos, militante do grupo de extrema-direita «Força Nova». Este ficou ferido nas pernas com a explosão e corre agora o risco de perder uma delas.

Para as forças policiais, provavelmente, foi Andrea Insabato que transportou a bomba para a sede do jornal.

A explosão registou-se perto das 12:00 local (11:00 de Lisboa), no terceiro andar do edifício onde está instalado o jornal, no centro histórico de Roma.

Reacções do governo

Em consequência da bomba, o ministro do Interior italiano, Enzo Bianco, alertou hoje para «os riscos de recrudescimento do terrorismo» em Itália.

O ministro dirigiu-se aos deputados durante uma sessão extraordinária da Câmara, confirmando as informações da polícia, segundo as quais o homem ferido no atentado e detido como o seu presumível autor, é um «militante da direita».

A explosão foi «particularmente violenta», qualificou o ministro, garantindo que «o Estado não deixará de responder» a este tipo de acções.

A explosão ocorreu cinco dias depois de uma bomba ter sido descoberta e neutralizada pela polícia, no telhado da catedral de Milão, norte de Itália. Esta acção foi reivindicada por um movimento anarquista denominado «Solidariedade Internacional».

O primeiro-ministro italiano, Giuliano Amato, por sua vez, já qualificou a explosão como «atentado infame».

Numa mensagem ao director do jornal, Riccardo Barenghi, o primeiro-ministro italiano condenou o atentado, definindo-o como «um ataque contra a democracia e os princípios de liberdade», e assegurou que o Governo «continuará a lutar pela defesa indefectível da sociedade civil».

O «Il Manifesto», que se apresenta como «diário comunista», defende posições muito críticas em relação ao Governo de centro-esquerda.

Conotado com a esquerda intelectual, o jornal surgiu em 1971, por iniciativa de comunistas dissidentes do Partido Comunista Italiano (PCI) contrários à linha «estalinista» do partido.

Redação