O Orçamento para 2001 da Gebalis, empresa responsável pela gestão dos bairros municipais de Lisboa, vai subir para 2,5 milhões de contos se a Câmara aprovar quarta-feira o Plano de Actividades e Orçamento da empresa.
A Gebalis, actualmente responsável pela gestão de 21 bairros sociais, deverá gerir 29 bairros num total de 15 mil fogos até ao final do próximo ano.
Alta de Lisboa (centro e sul), Vale de Santo António, Rua João Nascimento da Costa em Telheiras e Quinta Marquês de Abrantes são os principais bairros que deverão estar ocupados antes de 2002.
Segundo a presidente da Gebalis, Isabel Soares, as grandes linhas do Plano de Actividades para o próximo ano são «o desenvolvimento social, conservação do edificado e o programa de obras de requalificação».
A Gebalis pretende desenvolver um conjunto de acções que «promovam a integração de indivíduos e públicos mais desfavorecidos através de formação profissional, integração no mercado de trabalho e apoio empresarial», explicou Isabel Soares, acrescentando que está prevista uma verba de cerca de 700 mil contos.
Quanto ao edificado - requalificação de edifícios e o Plano de Manutenção e Conservação de Edifícios - o Orçamento prevê uma dotação de cerca de um milhão de contos.
Os Bairros da Flamenga, Padre Cruz e Boa Vista vão ser, ainda segundo Isabel Soares, os mais beneficiados no que toca à requalificação.
Tratando-se de bairros sociais, a Gebalis está empenhada ainda em combater os problemas de toxicodependência com «programas de formação e integração no mercado de trabalho assim como de responsabilização e auto-estima», explicou Isabel Soares.
No entanto, a Gebalis não trabalha sozinha. «Todas as entidades envolvidas nesta área - da toxicodependência - têm também desenvolvido nos bairros actividades significativas para acabar com esse flagelo», acrescentou. Mas, em situações que se prove que os bairros são utilizados pelos moradores como zona de trafico, há despejos.
Outra das razões que pode levar ao despejo dos moradores é o não pagamento das rendas. «Só este ano foram movidos mais de 100 processos de despejo mas, na prática, foram despejadas muito poucas famílias», garantiu Isabel Soares.
Também aqui a empresa tem vindo a desenvolver um trabalho de sensibilização junto das famílias que consideram que não devem pagar rendas, acrescentou.