Os mineiros de Neves Corvo deslocaram-se hoje a Lisboa para cantar as Janeiras ao PR e ao primeiro-ministro, mas encontraram as residências oficiais fechadas. Apesar da ausência dos responsáveis políticos os mineiros cantaram a «Santa Bárbara».
Os mineiros de Neves Corvo deslocaram-se hoje a Lisboa para cantar as Janeiras ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, mas encontram as residências oficiais fechadas e sem inquilinos.
Apesar da ausência dos responsáveis políticos, os cerca de 30 mineiros que se deslocaram à capital cantaram a «Santa Bárbara», uma canção popular considerada como o «grito de guerra e estímulo dos mineiros».
Em declarações à imprensa, os responsáveis pela deslocação dos mineiros a Lisboa sublinharam que a presença em São Bento e Belém tinha como objectivo apelar aos dois governantes uma intervenção no processo que os opõe à administração da empresa Somincor, bem como sensibilizar as autoridades dos país para o problema que estão a viver.
Devido à ausência de António Guterres e Jorge Sampaio nas residências oficiais, os mesmos responsáveis prometeram uma outra deslocação a Lisboa, desta vez na companhia de todos os mineiros.
Os mineiros de Neves Corvo reivindicam, com a greve iniciada a 14 de Dezembro, aumentos salariais, o fim da laboração contínua nos trabalhos subterrâneos prometida pela administração da empresa, assim como prémios e subsídios.
Nesta mina de cobre e estanho no concelho de Castro Verde, distrito de Beja, onde trabalham mais de 300 mineiros, a greve tem registado uma adesão da ordem dos 90 por cento, segundo os sindicalistas.
Na sexta-feira, uma centena de trabalhadores reunida em plenário nas instalações da empresa ficou a conhecer os resultados das diligências de uma delegação de sindicalistas, que naquele dia foi recebida em Lisboa no gabinete de António Guterres.
«Aconselharam-nos o diálogo, mas, já que o senhor primeiro-ministro tanto preza o diálogo, poderia ter contactado o Ministério da Economia ou o Ministério da Solidariedade. Em vez disso, contactou o Ministério da Administração Interna para mandar a GNR bater nos trabalhadores», afirmou Eduardo Lázaro, numa alusão aos incidentes de quarta-feira entre o corpo de intervenção da Guarda e mineiros.
Um sindicalista informou, ainda, que, além do aparato de agentes da GNR à entrada da empresa, mais cerca de 160 elementos do corpo de intervenção da Guarda estavam sexta-feira «escondidos» a alguns quilómetros, em Castro Verde e Sembrana.
Os mineiros de Neves Corvo reivindicam, com esta paralisação, aumentos salariais e o fim da laboração contínua nos trabalhos subterrâneos, assim como prémios e subsídios.