Na sua mensagem de Natal, o Patriarca de Lisboa, dirigiu uma saudação especial aos imigrantes estrangeiros em Portugal. D. José da Cruz Policarpo, ilustrou a mensagem com a comparação entre os imigrantes e a família de Jesus no momento do seu nascimento.
O Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo, dirigiu hoje uma saudação especial aos imigrantes estrangeiros em Portugal, na sua mensagem de Natal, comparando-os à família de Jesus no momento do seu nascimento.
«O nosso país tem sido pátria de refúgio de milhares e milhares de deslocados que procuram entre nós uma vida melhor. Mas trazem consigo o drama do desenraizamento cultural e familiar, a insegurança da clandestinidade, a ameaça da exploração fácil e indefesa», salientou o Patriarca, lembrando que também a família de Jesus se viu obrigada a deixar o seu país.
«Oxalá cada português vos acolha como irmãos, que os patrões vos tratem com justiça, que ninguém cometa o pecado de se aproveitar da vossa insegurança e que o Estado possa encontrar caminhos inovadores de uma legislação justa, criativa, protectora das pessoas», disse o Patriarca.
D. José Policarpo recordou os cristãos que ao longo do tempo difundiram e viveram segundo a sua mensagem, «em seu nome, esses discípulos continuam a dizer aos homens do nosso tempo: homens, sede plenamente homens», afirmou.
Mas a mensagem de Natal não foi só para os católicos. O Patriarca de Lisboa estendeu a sua mensagem de Natal aos crentes de outras religiões (judeus, muçulmanos e outros) e mesmo aos que, «sem terem o dom da fé buscam o sentido nobre da vida, assente em valores de paz, de fraternidade e de justiça».
«Seja qual for a experiência religiosa de cada um, no íntimo do coração daqueles que não abdicaram da liberdade generosa há um desejo de verdade, um anseio de paz e de justiça, há uma busca do absoluto», acrescentou o patriarca.
O Patriarca lembrou também os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo que, «sem perderem a sua identidade cultural, se sentem integrados nos países que os acolheram».
«Que para todos vós seja Natal. Isso significa abrir os nossos corações à beleza que nos vem do alto, à alegria que nos vem dos outros, à esperança que renasce do nosso próprio sofrimento», concluiu D. José Policarpo.