A Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP) registou este ano 137 ataques à liberdade de imprensa, de acordo com um documento divulgado em Lima.
ANP destaca que esse número é superior aos dos últimos cinco anos de governo o deposto presidente Alberto Fujimori, cujo executivo é agora alvo de denuncias de corrupção e violações dos direitos humanos.
Durante o regime de Fujimori foram frequentes as denúncias de jornalistas por presumíveis actos de perseguição e intimidação por parte de agentes do Serviço de Inteligência Nacional (SIN) que era dirigido na sombra pelo então assessor de Fujimori, Vladimiro Montesinos, actualmente fugido à justiça e acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão, tráfico de armas, entre outros crimes.
A ANP, que elaborou um quadro estatístico com o apoio da Agência dos Direitos humanos do Jornalista, refere que em 1999 foram feitos 127 ataques à imprensa enquanto em 1998 ocorreram 123, em 1997 (91) e 1996 (19).
A associação considera que o número registado em 2000 confirma que o Peru é um dos países «mais perigosos» da América Latina para o exercício da profissão de jornalista, ao mesmo nível da Colômbia, México e Guatemala.
A maioria dos ataques foi perpetrado por grupos uniformizados e por elementos desconhecidos com o apoio dos serviços de informação, militar e policial, e teve lugar antes e depois das eleições de Abril e Maio que permitirão uma nova reeleição a Fujimori.