Ambiente

Não há registo de um ano com tanta área ardida tão cedo

Distribuição das áreas ardidas em Portugal em 2017

Veja, no mapa de Portugal, o que ardeu de janeiro a junho.

O relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sobre os incêndios florestais de janeiro a junho de 2017 revela que este ano está a ser completamente fora do comum ou mesmo único, sobretudo devido aos cinco fogos que queimaram dez concelhos do Pinhal Interior a meio de junho, entre eles o que causou 64 mortos em Pedrógão Grande.

Da análise feita pela TSF aos dados presentes em vários relatórios do ICNF este está a ser, de longe, o ano com mais área ardida até ao final de junho desde, pelo menos, 2001 (último ano com dados disponíveis).

O ano com mais área ardida até esta altura tinha sido 2012 (36 mil hectares), muito longe dos 61.624 registados em 2017 (cada hectare equivale, mais ou menos, a um campo de futebol).

A área ardida até agora em 2017 é tanta como aquela que se registou se juntarmos todos os meses de janeiro a junho de 2012 a 2016 (cinco anos).

Outros dados enviados pelo ICNF à TSF revelam ainda que aquilo que fez disparar estes números foram os incêndios que estiveram na origem da grande mancha de área ardida no Pinhal Interior, na zona Centro. Só aí arderam 46 mil hectares, atingindo dez concelhos:

Figueiró dos Vinhos: 10.455 hectares
Pedrógão Grande: 9.696 hectares
Góis: 8.962 hectares
Pampilhosa da Serra: 6.624 hectares
Sertã: 4.278 hectares
Castanheira de Perâ: 3.560 hectares
Penela: 1.778 hectares
Alvaiázere: 437 hectares
Ansião: 195 hectares
Oleiros: 31 hectares

Segundo o ICNF, os fogos do meio de junho no Pinhal Interior resultaram de cinco incêndios.

Pedrógão Grande: 21.966 hectares
Gós: 16.633 hectares
Figueiró dos Vinhos: 4.354 hectares
Penela: 2.381 hectares
Alvaiázere: 685 hectares

Os cinco incêndios anteriores são, aliás, os maiores registados em 2017 até agora pelo ICNF.
Apesar de tanta área ardida, 2017 não está a ser o ano com mais incêndios contabilizados. As autoridades registaram 6.641 ocorrências de janeiro a junho, menos do que em 2009, 2011, 2012 e 2015.