Com o CDS-PP a insistir na demissão de dois ministros, o líder parlamentar do PS, Carlos César, diz que todos os Executivos têm "erros". Sobre cativações, defende que são "instrumento ocasional".
Depois de ouvir a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, reiterar o pedido de demissão dos ministros da Defesa e Administração Interna - e insistir numa resposta de "viva voz" por parte de António Costa -, o presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, defendeu que, para os socialistas, o tempo é de aguardar e dar respostas.
"A nossa obrigação é pensar no que correu bem, no que correu mal e corrigir o que for merecedor de correção", afirmou.
Confrontado com eventuais falhas por parte da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, Carlos César diz ainda que este pode não ser um Governo perfeito, mas que, até ao momento, tem tido "sucessos", e desvaloriza alegados "erros" e "omissões".
"Todos os membros de governos, sem exceção, terão cometido ou cometerão erros, e cometeram ou cometerão omissões, por isso, é normal que este não seja um Governo de perfeição absoluta (...), mas há uma coisa que é certa, este é um Governo com sucessos consolidados em todas as áreas", defendeu, em declarações no parlamento, o líder da bancada socialista.
Cativações são "instrumento ocasional", diz César, que ataca "cortes" e "cativações" de PSD e CDS-PP
O líder parlamentar e presidente do PS, respondeu, esta tarde, às acusações de PSD e CDS-PP de que o Governo tem conseguido uma redução do défice à custa de cativações.
Na opinião de Carlos César, as cativações que têm sido postas em prática pelo Governo liderado por António Costa são um "instrumento ocasional" e "casuístico".
"Um partido que depauperou de tal maneira os serviços públicos, como foi o caso do PSD - em companhia do CDS-PP, no último Governo -, não tem hoje autoridade para falar de um instrumento ocasional, de gestão corrente e casuístico, como é o das cativações", disse.
Nesse sentido, o líder da bancada socialista acusou o anterior Governo de "cortar, só no domínio da Defesa, 1600 milhões de euros" e que na "segurança pública e na ordem foram diminuídos 151 milhões de euros em investimento".
Carlos César disse ainda que o Governo liderado por PSD e CDS-PP "cortou 3 mil milhões de euros na dotação do sistema educativo e 2,1 mil milhões de euros nas verbas atribuídas à saúde".
Ontem, Pedro Passos Coelho, líder do PSD, a propósito das cativações, acusou o Governo de estar em falta com um investimento que o Governo PSD/CDS-PP tinha previsto no SIRESP (Rede Nacional de Emergência e Segurança).
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna garantiu que o projeto SIRESP "não teve qualquer limitação fruto das cativações".