A CAP defende que a seca já é crítica para o país. A CNA pede prevenção e diz que Portugal ainda não está em situação de emergência por causa da seca.
A Confederação dos Agricultores de Portugal concorda com o diagnóstico do secretário de Estado do Ambiente. A seca está a provocar uma situação gravíssima, com consequências muito sérias para o país.
Ouvido pela TSF, Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, explicou que atualmente já existem perdas a nível das culturas e da pecuária, com muitos agricultores a terem custos extra para conseguir alimentar os animais.
O presidente da CAP considera que a seca é uma questão presente todo o ano e que Portugal tem de aprender a viver com isso. Por esse motivo, adianta, a Comissão da Seca "deve funcionar 365 dias por ano".
Nesse sentido, Eduardo Oliveira e Sousa pede uma mudança de mentalidades e de comportamentos que passam, entre outras, pela diminuição da rega dos espaços públicos, sensibilizar o público para ter cuidado com a utilização da água e não fazer lavagens de automóveis com água da torneira.
Já a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que ainda não há motivo para alarme e sublinha que a situação que se vive neste momento é semelhante à do ano passado, por esta altura.
Ouvido pela TSF, João Dinis, da CNA, considera que ainda "não é uma situação de emergência mas "já é uma situação que reclama medidas para que a situação não se complique para os agricultores".
Em entrevista à TSF, o secretário de Estado Ambiente, Carlos Martins, disse que estão a confirmar-se os piores receios que tinham há alguns meses: "De uma forma geral no país há motivos de preocupação e sobretudo na Bacia do rio Sado o caso já é mesmo muito preocupante".
Carlos Martins admitiu inclusive que a água pode faltar às populações já em agosto, em regiões como o Alentejo ou a Beira Interior.
Ouvido a este propósito, Vítor Proença, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral adiantou que, por agora, toda a gente tem água para consumir. Este responsável, que também é presidente da Câmara de Santiago do Cacém, diz que também não há motivo para alarme em relação à agricultura.
No final de junho, mais de 80 por cento de Portugal Continental estava em seca severa ou extrema, segundo os dados do Instituto do Mar e da Atmosfera. Segundo o secretário de Estado do Ambiente, o Governo vai ativar, desde já, a comissão de acompanhamento da seca e avançar com um plano de contingência.