É a conclusão de um grupo de deputados britânicos, que defende que uma força naval é a ferramenta errada para acabar com o negócio dos traficantes.
Os deputados consideram que o tráfico de pessoas começa, não no mar, mas em terra. E é precisamente aí que o problema tem de ser atacado, porque, quando os barcos chegam ao mar, é demasiado tarde.
O grupo defende que, antes de mais, há que olhar para as necessidades económicas dos países e assim entender os motivos das pessoas que decidem embarcar numa viagem traiçoeira. Só assim pode ser possível impedir que a façam.
O relatório sublinha que os barcos da Operação Sofia não podem entrar nas águas da Líbia, sem um convite do governo de Tripoli. Acontece que é da Líbia que parte a grande maioria dos subsaarianos que tentam chegar à Europa. Muitos são forçados a atravessar pontos de passagem criados por traficantes.
Os deputados britânicos consideram que a força naval da União Europeia é muito cara e só pode ter algum resultado com a colaboração de um governo estável na Líbia.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, mais de 101 mil pessoas chegaram à Europa até ao dia 9 de julho, através do Mar Mediterrâneo. A esmagadora maioria, 85%, tentou alcançar a Itália. Os restantes chegaram à Grécia, a Chipre e a Espanha.
No ano passado, até ao mesmo dia, tinham feito a travessia perto de 240 mil refugiados.