Sociedade

Comerciantes temem prejuízos devido a início de obras na estação de Arroios

Sara de Melo Rocha/TSF

A estação de metro Arroios fecha para obras de ampliação do cais esta quarta-feira, 19 de julho, e tem a reabertura prevista para janeiro de 2019, de acordo com o Metropolitano de Lisboa.

A partir de 19 julho, quem quiser deslocar-se até à zona da Praça do Chile, utilizando o metro de Lisboa, tem de sair nas estações da Alameda ou Anjos. O resto do caminho faz-se a pé ou utilizando os autocarros que fazem o trajeto entre as estações.

As obras de ampliação do cais da estação de Arroios são esperadas há muito pelos utentes do metro, porque vão permitir a circulação de seis carruagens na linha verde, proporcionado mais espaço para os passageiros que utilizam a rota Cais do Sodré-Telheiras. Mas, para quem vive e trabalha na zona, dezoito meses de obras parecem uma eternidade.

"Com o metro fechado a gente vai ter um prejuízo muito grande porque a [rua] Morais Soares depende do metro, é muita gente que circula, que vai e vem", lamenta Luana Berenato, gerente da Pastelaria Lido.

Os comerciantes da zona estão apreensivos, temem perder clientes porque a zona tem "muita clientela de passagem, pessoas que só bebem um cafezinho, comem um bolo e estão sempre a despachar rápido", detalha Luana Berenato.

Para o quiosque de jornais de Berta Rodrigues, o fecho da estação "vai ter um impacto de certeza absoluta". A vendedora garante que tem assistido ao encerramento de muitas lojas e pastelarias na zona do Chile, acrescentando que "agora estamos mesmo a ficar preocupados".

A casa de pasto Ribeirão Preto, mesmo na esquina da rua Morais Soares e da Praça do Chile, é o primeiro estabelecimento que os utentes do metro encontram quando saem da estação do átrio norte. Param por ali para levar almoço ou um petisco.

"Claro que se os clientes não passarem, a nossa montra que é uma atração, vai deixar de funcionar. Se as pessoas não passam, não veem e não entram", salienta Fernando Correia, sócio-gerente do estabelecimento.

Fernando Correia sabe que as obras são inevitáveis e espera que o prazo de 18 meses se cumpra. "[É] um ano e meio mas passa para dois ou três como passou o Areeiro e ainda anda a arrastar-se", comentou.

"É um mal necessário", justificou a presidente da junta de freguesia de Arroios. Margarida Martins lembra que as obras vão melhorar as condições do metro de Lisboa "até porque, ao chegar aqui, as pessoas queixavam-se de vir muito apertadas, vir sem condições. Assim ficam com uma mobilidade. É importante esta linha ser toda renovada".

Margarida Martins refere que os autocarros 708 e o 797 vão garantir a ligação com a estação da Alameda.

Ainda assim, para quem está habituado ao metro, o autocarro "nunca é a mesma coisa, metro é sempre mais rápido". Flávio Ribeiro utiliza o metro todos os dias para vir trabalhar na rua Pascoal de Melo e acredita que a solução podia passar por "fazer obras em metade da estação e depois a outra metade. Assim não prejudicava ninguém".

Os 400 metros que distanciam as estações de Arroios e Alameda fazem-se em cerca de 10 minutos mas há outras preocupações a ter em conta.

Beatriz Lourenço sente que a caminhada pode ser "um bocadinho perigosa" à noite. A utente do metro de Lisboa refere que "apesar de esta zona ser bem frequentada, à noite torna-se um pouco desocupada e fazer todo este tipo de trajetos, especialmente até à Alameda, é um pouco mais constrangedor".

As obras têm uma duração prevista de 18 meses e, a partir de 19 de julho, o metro na linha verde passa a circular com seis carruagens. As obras de reabilitação do metro de Arroios têm um custo previsto de 7,5 milhões de euros.