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Funcionamento do INEM pode estar em risco

Os serviços do INEM podem estar em risco num futuro próximo. Os operadores não vão ter os contratos renovados em 2003, mas também não aceitam inscrever-se numa outra empresa de prestação de serviços para poderem continuar no INEM.

O funcionamento do Serviço Nacional de Emergência Médica pode ser posto em risco, em breve. O jornal «Público» adianta, esta manhã, que os contratos a termo certo da maioria dos operadores do INEM não vão ser renovados no próximo ano.

A administração não tem formas legais de prolongar os contratos nem de integrar os trabalhadores nos quadros da função pública, e a solução que a administração encontrou para resolver a situação não agrada aos operadores.

Os serviços administrativos avançam com a ideia de que todos os operadores do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), com contratos a prazo, deverão inscrever-se numa empresa de prestação de serviços para através da mesma poderem continuar a trabalhar no INEM.

Alguns destes funcionários trabalham no regime de precariedade há seis anos, entre contratos a prazo, contratos com outras empresas e mesmo períodos em que não tinham qualquer contrato de trabalho.

INEM não tem solução legal

A direcção do INEM não pode, legalmente, renovar os contratos por mais tempo e está proibida de abrir vagas no quadro da administração pública.

O «Público» refere mesmo que a situação pode complicar-se. Dos 53 operadores (em Lisboa) apenas 19 fazem parte do quadro da função pública como auxiliares de telecomunicações de emergência. Os restantes dizem que não vão inscrever-se em nenhuma empresa de prestação de serviços.

No caso de três dos operadores, restam duas semanas para se inscreverem, já que o contrato termina no fim do mês.

Funcionamento comprometido

Com apenas 19 funcionários, as equipas de atendimento só poderiam ter dois elementos em simultâneo, o que seria insuficiente para atender 1500 chamadas por dia.

João, nome fictício de um funcionário, adiantou à TSF que a partir do dia de Janeiro de 2003, «ficará seriamente comprometida a capacidade de resposta os pedidos de socorro via 112».

«Dos 101 efectivos, que foram colocados ao longo dos últimos anos em situação de contrato a termo ou contratos com firmas privadas, vão ver, mais uma vez, os contratos terminados e sem solução».

A solução apresentada pelo INEM é que cada funcionário se inscreva numa «firma de trabalho temporário e a nossa posição é uma posição única, é não», concluiu.

O CODU «já funciona abaixo dos níveis humanos necessários», ou seja, o número de operadores necessários para o nível de chamadas recebidas «está abaixo desse nível que é considerado necessário, o que com a saída dos operadores «será catastrófico».

Os operadores que recebem formação específica no INEM, atendem as chamadas, aconselham, fazem um pré-socorro e accionam os meios como ambulâncias, viaturas de socorro ou helicópteros.

Redação