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Médicos e enfermeiros contestam novas regras

As novas regras sobre o funcionamento dos centros de saúde são contestadas por médicos e enfermeiros. Uma delegação do Sindicato dos enfermeiros vai entregar, ao primeiro-ministro, milhares de assinaturas contra o projecto do diploma para a área dos Cuidados de Saúde Primários.

As novas regras impostas pelo decreto-lei sobre o funcionamento dos centros de saúde, a aprovar em conselho de ministros, são vivamente contestadas por médicos e enfermeiros.

A prová-lo, uma delegação do Sindicato dos enfermeiros vai entregar, esta manhã, um presente simbólico ao primeiro-ministro, milhares de assinaturas, recolhidas nas últimas três semanas contra o projecto do diploma para a área dos Cuidados de Saúde Primários.

Guadalupe Simões, do sindicato dos enfermeiros, disse à TSF que este diploma esquece a promoção da saúde para tratar apenas da doença. «Põe em causa a missão dos centros de saúde, que deveria ser essencialmente a promoção da saúde e a prevenção da doença. O diploma reduz este conceito de saúde ao tratamento da doença e retira autonomia aos enfermeiros em diversas actividades que se inserem nos cuidados de proximidade às pessoas, em casa, nas escolas, nas empresas, nos locais de trabalho. Numa perspectiva de que as pessoas criem hábitos de vida saudável», argumentou.

O sindicato dos enfermeiros alerta também para o aumento dos custos da saúde, já que este diploma abre a portas a uma população cada vez mais medicalizada.

Ao lado dos enfermeiros estão os médicos, Miguel Leão, da secção norte da Ordem dos Médicos, explicou à TSF o porquê das criticas, «a questão de que a assistência, nos centros de saúde, passe a ser feita por médicos sem a especialidade de medicina geral, isto é sobretudo penosos para os doentes. A consagração dos contratos individuais de trabalho e o fim da carreira de medicina geral e familiar do ponto de vista da progressão técnica dentro dos centros de saúde», constatou.

Redação