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Prémio Sakharov atribuído a dissidente cubano

O dissidente cubano Oswaldo Payá recebe hoje o Prémio Sakharov para os Direitos Humanos e Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu. Um reconhecimento pela «luta pacífica» do dirigente em favor da democracia.

Oswalda Payá, engenheiro cubano recebe esta manhã, em Estrasburgo, o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu.

O dirigente, perseguido pelas suas opiniões críticas à política de Fidel Castro e ao regime cubano é o principal impulsionador do Projecto Varela.

A iniciativa tem como objectivo recolher 10 mil assinaturas, o mínimo segundo a Constituição Cubana, para apresentar um projecto de lei, de modo a exigir a realização de um referendo nacional sobre as reformas económicas e sociais no país.

O engenheiro cubano está também na lista de candidatos ao Nobel da Paz para o próximo ano. Esta é a primeira vez que visita a Europa e não foi uma tarefa fácil conseguir que o Governo cubano autorizasse esta viagem até Estrasburgo.

Foi mesmo necessário que alguns chefes de Estado Europeus escrevessem uma carta a Fidel Castro para que Paya pudesse explicar em carne e osso ao Parlamento Europeu o que o leva a contestar o regime cubano.

Prémio em nome de uma luta pacífica

Paya recebe este Sakharov em nome da luta que tem vindo a travar com o Governo de Cuba nos últimos anos, uma luta pacífica.

O galardoado ergue a voz contra Fidel Castro, acusando o presidente de permitir violações dos direitos do homem, reclama também o fim do embargo dos EUA e de qualquer tipo de isolamento.

Para isso e pela democracia, Paya tornou-se presidente do Movimento Cristão para a Libertação que há seis anos deu origem ao projecto Varela.

Trata-se de uma petição que reúne o apoio de mais de 11 mil cubanos. O objectivo é conseguir fazer um referendo com vista a realização de eleições livres. Este projecto reúne também o apoio de vários dirigentes políticos mundiais.

Apoios a Payá

Aos 50 anos, este católico cubano apesar de ser contestado dentro do país pode afirmar que tem ao lado nomes como o presidente checo ou da antiga secretária de Estado norte-americana Madeleine Albrigth.

Ambos avançaram o nome de Oswaldo Payá para Nobel da Paz em 2003. São eles entre muitos outros os que iluminam o caminho do homem que este ano recebe o prémio Sakharov.

Mal soube que tinha sido escolhido pelo Parlamento Europeu, Oswaldo Payá agradeceu a todos os dias lhe dão um pouco de luz na luta pela democracia.

«O envolvimento cívico cubano vai acontecendo nestas circunstâncias tão difíceis, mas finalmente se vê uma luz, a luz da solidariedade», disse Oswaldo Payá.

O engenheiro afirmou ainda que leva a Estrasburgo todos os cubanos que estão presos. É a eles que vai dar hoje voz no Parlamento Europeu, longe das ameaças, dos telefonemas anónimos e de alguns momentos que Payá garante serem de uma total obscuridade.

Redação