O vencedor do Prémio Sakharov no ano passado, Izzat Ghazzawi, foi impedido pelo exército israelita de ir à cerimónia deste ano, em Estrasburgo, apesar do governo israelita ter autorizado a sua saída.
As tropas israelitas ignoraram a autorização dada pelo governo israelita a Izzat Ghazzawi, escritor palestino vencedor do Prémio Sakharov 2001, para este se deslocar à cerimónia deste ano em Estrasburgo e não o deixaram sair de Gaza.
«Tinha autorização para sair de minha casa às 14: 00, mas infelizmente fui detido pelos soldados na fronteira. Penso que faz parte de todas estas circunstâncias que estamos a viver na Cisjordânia e em Gaza. Há muitas agressões contra as pessoas, muita violência. No fundo estamos longe de um processo normal», disse o escritor, em declarações à TSF.
Izzat Ghazzawi desfez as malas, voltou para casa, mas tinha já o discurso preparado para o vencedor deste ano do Prémio Sakharov, Oswaldo Paya.
«Dou-lhe os parabéns por ter recebido este prémio, acho que todos os governos e todos nós devemos fazer um esforço para implementar a democracia e a tolerância no Mundo. Temos de lutar contra o extremismo e a favor de um Mundo melhor», disse o escritor palestino.
Para que isso se concretize, Izzat Ghazzawi considera que é muito importante reflectir e que o prémio do Parlamento Europeu ajuda a essa reflexão. O palestino reconhece que mudou depois de ter recebido o Prémio Sakharov.
«Este prémio obrigou-me a estar mais atento aos problemas do Mundo, aos valores da democracia e da liberdade expressão, ser mais tolerante e condescendente com o povo israelita e com o meu próprio povo», confessou.
Izzat Ghazzawi aplaude de longe a atribuição do Prémio Sakharov ao cubano Oswaldo Paya, «uma escolha acertada»-diz o escritor palestino, visto que estão em causa a democracia e a liberdade.