Ao ano turístico de 2002 no Algarve teve um saldo negativo em relação a 2001. A maioria das empresas hoteleiras e turísticas tiveram resultados inferiores ao previsto, informou a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
O resultado está patente no «Balanço do Ano Turístico e Perspectivas para 2003», relatório apresentado hoje, pela AHETA, em Faro. Durante o ano turístico de 2002, houve quebras nas taxas de ocupação e as empresas tiveram descidas dos seus resultados líquidos e operacionais.
Elidérico Viegas, presidente da AHETA, justifica o saldo negativo pela taxa de inflação ter sido superior à prevista, pelo facto de outros mercados, perante a descida da procura, terem proposto ofertas especiais a preços convidativos e também pelo arrefecimento das economias europeia e mundial.
Quanto ao mercado turístico imobiliário, Mendes Bota, membro da AHETA lembra que as promessas fiscais feitas por este Governo não estão a ser, nem foram, cumpridas. «Chegámos ao fim de 2002 e, mais uma vez, as promessas eleitorais não estão cumpridas», frisou à TSF.
«Continuamos com o Sisa e não há perspectiva para quando desaparecerá dentro do nosso quadro jurídico-fiscal e continua a haver também uma grande necessidade de mecanismos efectivos de incentivo ao investimento e ao estímulo de iniciativa privada», referiu Mendes Bota.
Aspectos negativos e positivos para a economia algarvia
Para além destes factores, Elidérico Viegas aponta como causas do insucesso da economia algarvia em 2002 a grande instabilidade instalada no transporte aéreo mundial, ainda na sequência do 11 de Setembro, e os aumentos salariais em cerca de quatro por cento, face ao abrandamento registado no sector.
Em relação aos aspectos positivos para a economia algarvia durante 2002, o presidente da AHETA salienta a abertura da auto-estrada A2, que liga Lisboa ao Algarve, o anúncio do Governo relativo ao Aeroporto de Beja ao tráfego civil e a conclusão da Via do Infante até Lagos, no segundo trimestre de 2003.
Já a pensar no ano que se aproxima, as previsões dos empresários algarvios não são das melhores. Reflectem «as incertezas resultantes do clima de desconfiança» e a situação de recessão económica europeia e mundial, bem como a instabilidade que atravessa o transporte aéreo em todo o Mundo.