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Solução pode demorar um ano

O Governo decidiu constituir uma comissão técnica para minorar os problemas de funcionamento do aterro do Oeste, mas a solução definitiva do problema ainda pode demorar pelo menos um ano, anunciou hoje o secretário de Estado do Ambiente.

A situação do aterro do Oeste está a ser analisada pelo Executivo de Durão Barroso, que garantiu que vão ser tomadas medidas para resolver o problema.

«Entre fazer concursos e obras de engenheira não há possibilidade de resolver o problema num horizonte inferior a um ano», afirmou o secretário de Estado do Ambiente à TSF.

José Eduardo Martins lembra que o problema já vem de trás, porque, além de estar mal localizado, o aterro apresenta deficiências de construção.

«Neste caso verifica-se que as pessoas que desde o princípio contestaram a forma como foi ali posto aquele aterro tinham razão e ontem conversando civilizadamente sobre estes problemas foram os primeiros a perceber o que é que é preciso fazer para resolver o problema», assegura.

Há soluções «que podem ajudar num curto/médio prazo a inverter um bocadinho a situação que ali está, nomeadamente mais derrames lixiviados para o meio circundante», sobretudo «retirando uma parte do que lá está e arejando aquilo que já entrou em putrefacção», acrescenta.

A zona foi encerrada segunda e terça-feira devido a problemas de gestão, depois do ministro do Ambiente, Isaltino Morais, ter visitado o local, mas deve ser reaberto hoje a partir do meio-dia.

Posição semelhante tem Gonçalo Andrade, do movimento pró-informação do aterro sanitário do Oeste, que critica a forma como o projecto foi concebido.

«O aterro sanitário tem erros graves de projecto. O engenheiro Sócrates, tendo conhecimento desses erros graves de projecto e de construção, detectados pelo relatório nacional de engenharia civil não ligou ao assunto e quis inaugurar o aterro, porque estávamos em véspera de eleições», acusou.

«Neste momento temos ali uma situação insolúvel que é a contaminação do nível freático. Estamos em cima de uma das maiores reservas de água da região. Há telas rotas, há soldaduras mal feitas. O problema ambiental é um dado gravíssimo e uma situação que não vai ser possível resolver», lamenta.

O aterro recebe lixo de 14 concelhos da Associação de Municípios do Oeste, mas precisa de uma nova estação de tratamento de águas residuais e de um novo método de tratamento dos lixiviados, segundo a análise do secretário de Estado do Ambiente.

A população do Cadaval está preocupada com a possibilidade da precipitação aumentar nos próximos tempos, o que pode obrigar a uma remoção de algum lixo da zona.

Redação