As crianças podem já não acreditar no Pai Natal, mas ainda têm fé nessa «magia». Quem o diz é a psicóloga infantil Marta Ulrich, que considera mais grave o facto dos valores inerentes a essa figura e à época natalícia acabarem derrotados pelo consumo.
Marta Ulrich acha que «com tantos Pais Natais na rua, é normal que as crianças já não acreditem», mas frisa que «é benéfico» para os mais pequenos a ilusão que existe à volta dessa personagem, sustentando que «pode sempre criar-se magia, alterando os mitos».
A psicóloga infantil defende que as crianças «acreditam sempre um pouco na magia, mesmo que saibam que o Pai Natal não existe». O grande problema, na sua opinião, são os valores inerentes a essa figura que acabam derrotados pela «festa do consumo».
Valores tais como a dádiva aos mais carenciados, a generosidade, a partilha, o afecto, a família, que acabam por passar despercebidos no meio da agitação das compras, do consumo, da fartura. «A mim preocupa-me mais os valores do que as crenças», frisou à TSF.
«A festa do consumo e da compra, os anúncios disto e daquilo que começam a aparecer nas televisões, nas revistas, em todo o lado, logo no princípio do mês, a toda hora, faz com que os valores se percam», concluiu a psicóloga Marta Ulrich.