O IPPAR quer classificar uma área de 320 mil metros onde terá decorrido a batalha de Aljubarrota como monumento nacional mas a autarquia de Porto de Mós considera a zona exagera e afirma as pretensões do IPPAR prejudicam a população.
A câmara de Porto de Mós contesta a área do campo militar de São Jorge que o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) quer classificar como monumento nacional, argumentando que a zona abrangida é exagerada e prejudica o desenvolvimento local.
Numa carta enviada ao IPPAR, o autarca José Ferreira (na foto)ameaça mesmo «recorrer às vias judiciais» se a área que o IPPAR quer considerar monumento nacional não for reduzida, uma vez que a classificação é demasiado grande tendo em conta a área onde se julga ter ocorrido a batalha
No documento, a Câmara acusa os promotores da classificação de exagerarem as reais dimensões da batalha de Aljubarrota e de não terem em conta os edifícios existentes, pretendendo uma área total de 320 mil metros quadrados, quando, no entender da autarquia, os 10 hectares que já são propriedade do Estado são suficientes.
Na carta, José Ferreira recorda que grande parte da ocupação humana da zona data já do século XIX e os seus direitos históricos devem ser respeitados, pelo que qualquer processo de classificação não os pode ignorar.
«Os promotores, sempre de forma abusiva, pretenderam levar a sua posição em frente, contra todas as sugestões que lhes foram apresentadas», acusa o documento, que ameaça com novas formas de luta caso a tutela não recue na classificação do campo militar de São Jorge.
Já Alexandre Patrício Gouveia, presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota, e um dos principais promotores da revalorização do campo militar, sustenta que esta «não é uma área que deva ser entregue à construção». «O que se passou ali foi tão importante e tão decisivo que não podemos permitir qualquer violação», afirmou.
A batalha de Aljubarrota travou-se a 14 de Agosto de 1385 e proporcionou a vitória dos portugueses sobre os invasores castelhanhos.