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Novo ano, novos preços

No novo ano a «tradição» manda que os preços acompanhem a mudança. O mau momento que a economia portuguesa atravessa não perdoa e os preços de bens e serviços essenciais aumentam. A (boa) excepção vai para a gasolina, que baixa um cêntimo.

A electricidade, renda da casa, portagens, seguros automóveis e gasolina são os produtos que já têm alterações marcadas nos preços. Destes todos só o último vai descer, o resto vai acompanhar e ultrapassar a inflação.

Aos portugueses resta apertar mais um furo no cinto, que já está apertado, suster a respiração e esperar por melhores tempos.

Electricidade

A electricidade vai subir em média 2,8 por cento a partir de 2003 no território continental, 0,3 por cento acima da inflação. Mais sorte têm as ilhas, onde o preço vai sofrer uma redução: nos Açores será de 5,1 por cento e na Madeira de 4,4 por cento.

O aumento vai atingir todos particulares e empresas, sem excepção.

Portagens

O aumento médio das portagens vai ser de 3,34 por cento em todo o país, mas em alguns casos o valor pode ultrapassar os cinco por cento, 0,8 por cento acima da inflação.

A recordista é a passagem na ponte Vasco da Gama, onde os veículos ligeiros vão ser os mais penalizados. De 1,75 euros os utentes passam a pagar 1,85 euros, ou seja, 5,7 por cento mais do que em 2002.

Na Ponte 25 de Abril a situação é semelhante. Todas as categorias sobem, mas são os veículos ligeiros os mais afectados, com uma subida de cinco por cento. A travessia para Lisboa passa a custar 1,05 euros.

A polémica reposição das portagens da CREL vai ser outro problema no bolso dos lisboetas. Atravessar a Circular Regional Externa de Lisboa vai custar 2,5 euros a partir de hoje à meia-noite, com protestos ou sem protestos.

Renda da casa

O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação decidiu que as rendas das casas vão ter um aumento de 3,6 por cento, menos do que o ano passado, quando a subida foi de 4,3 por cento.

A alteração vai atingir os contratos de arrendamento firmados desde 1980, ou seja, há mais de 20 anos.

Seguros automóveis

As seguradoras uniram-se e decidiram acompanhar o ritmo do país. Assim, em 2003 os preços dos seguros automóveis vão aumentar o preço entre 10 e 12 por cento.

O anúncio não foi muito bem recebido pela DECO, que apelou à intervenção da Direcção-Geral do Comércio e Concorrência, alegando existirem suspeitas de cartelização.

Gasolina

A gasolina é para já o único produto a aligeirar o bolso dos portugueses, ainda que a redução seja pouca, apenas um cêntimo.

Deste modo, a gasolina sem chumbo de 95 octanas vai baixar para noventa e cinco cêntimos e a gasolina sem chumbo 98 octanas desce para um euro.

O gasóleo vai manter o seu preço à entrada de 2003.

Gás

As distribuidoras de gás ainda não tomaram uma posição consensual em relação ao tarifário a aplicar em 2003.

A Gáscan já anunciou um aumento no tarifário de 5,5 por cento. A Digalgás e a GalpEnergia contrariam esta posição e já afirmaram que os custos do seu produto vão manter-se.

Água

O preço da água não vai sofrer alterações nos primeiros meses de 2003, já que em Julho de 2002 sofreu um aumento de 3,6 por cento. Só são esperadas mudanças no preço entre Março e Maio.

Feitas as contas temos a electricidade, as rendas das casas, as portagens, os seguros automóveis de um lado da balança e a gasolina, gasóleo e água no outro. Por decidir fica o gás, que se mantem a balançar entre um extremo e outro.