vida

Provas documentais incriminam Carlos Cruz

A Polícia Judiciária tem provas documentais que incriminam Carlos Cruz, como vídeos e fotografias, que alegadamente o ligam a abusos sexuais a menores. O apresentador terá feito uma transferência bancária para o Brasil, dois dias antes da sua detenção.

A Polícia Judiciária (PJ) tem provas documentais que incriminam o apresentador de televisão Carlos Cruz. Segundo o «Diário de Notícias» (DN), a PJ terá vídeos e fotografias que envolvem Carlos Cruz em abusos sexuais a menores, no caso Casa Pia.

Estas provas serão antigas e também recentes, pelo que poderá provar a prática continuada ao longo de vários anos. Estes factores associados ao facto do apresentador ter efectuado uma transferência bancária «bastante elevada» para o Brasil, para o Banco Itaú, segundo o «Público», terão levado o juiz Rui Teixeira a decidir-se pela prisão preventiva do suspeito.

Carlos Cruz poderia estar a preparar fuga

A detenção de Carlos Cruz foi decidida na sexta-feira à tarde, depois do magistrado do Ministério Público (MP) responsável pelo caso ter concluído que Carlos Cruz se preparava para fugir, já que quase todo o seu dinheiro terá sido transferido para o Banco Itaú.

O teor de várias operações policiais, que incluíam vigilâncias e escutas telefónicas, indiciavam a fuga do apresentador, pelo que foi decidida a sua detenção.

Perseguição começou sexta-feira de manhã

A PJ estaria a seguir o apresentador desde a sexta-feira de manhã e quando este se terá apercebido, já na auto-estrada para o Algarve, terá acelerado, passando os 200 quilómetros por hora. A PJ pediu então à Brigada de Trânsito para que detivesse Carlos Cruz à saída daquela via. Carlos Cruz pediu para levar a mulher e a filha a casa dos sogros e só depois é que foi conduzido a Lisboa, para o Tribunal de Instrução Criminal.

Além das provas haverá ainda testemunhos sobre a alegada prática dos crimes de abusos sexuais, referentes a situações que não prescreveram, que foram considerado credíveis pelo MP.

Colaboração de «Bibi» ajudou investigações

As vigilâncias policiais, aceites pelo magistrado do MP, permitiram concluir que Carlos Cruz se preparava para deixar a sua mulher em casa dos sogros, em Albufeira, com o provável intuito de viajar para Espanha, onde então iria embarcar para o Brasil.

O DN adianta que dezenas de pessoas estão a ser investigadas, especialmente depois do principal suspeito do caso, o antigo funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, conhecido por Bibi, ter começado a colaborar com as autoridades.

FBI forneceu lista com 200 nomes

Carlos Cruz é suspeito da prática de crimes de abusos sexuais simples a menores, de abusos agravados e ainda do tráfico de crianças, podendo ainda estar na lista dos cerca de 200 cidadãos portugueses que seriam subscritores de um «site» norte-americano de pornografia infantil. Esta lista está já na posse da PJ e terá sido fornecida pelo FBI e envolverá ainda políticos, empresários e desportistas.

Novas detenções são esperadas

A PJ desenvolve a «Operação Enfant», depois da «Operação Avalanche», nos Estados Unidos, da «Operação Ore», no Reino Unido, e da «Operação 'Snowball'», no Canadá.

As averiguações efectuadas e os novos dados, incluindo a lista do FBI, podem levar a novas detenções nos próximos dias, mas não antes de serem ouvidas novas testemunhas, na sua maioria ex-alunos da Casa Pia. Este processo iniciou-se no domingo.

A detenção mais esperada é a do embaixador Jorge Ritto, que tem sido ligado ao caso Casa Pia desde o início.

O «Correio da Manhã» refere que a PJ tem seguido o diplomata e que está preparada para avançar com a detenção a qualquer momento, já que já haverá provas documentais e testemunhos contra Ritto.

Ao contrário do que tem sido referido, o embaixador, agora na reforma, encontra-se em Lisboa, seguido de perto pelos investigadores da Judiciária.