Esta quarta-feira, sobe ao palco - às 21h30 no Auditório ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian - o "Sudo Quartet", uma formação de músicos oriundos de Portugal, França, Itália e Alemanha.
Dão pelo nome de "Sudo Quartet" o que, só por si, nos leva a mergulhar no Esperanto, essa "língua artificial" criada em 1887 pelo médico judeu Ludwik Lejzer Zamenhof, que com ela pretendia facilitar a comunicação entre todos os povos do Mundo mas, atenção, sem a intenção de aniquilar - ou substituir - as diversas línguas existentes. E vem esta nota (quase) introdutória a propósito de quê? - de que SUDO significa, em Esperanto, SUL. E a verdade é que, tal como o Esperanto, enquanto "língua franca", também a Música do "Sudo Quartet" aposta na unidade, neste caso de executantes do Sul da Europa, à excepção do protagonista alemão (mas mesmo esse, oriundo do Sul da Alemanha).
Integrado pelo violinista português Carlos Zíngaro, pelo contrabaixista francês Joëlle Léandre, pelo trombonista italiano Sebi Tramontana e pelo baterista alemão Paul Lovens, o "Sudo Quartet" assume fazer "música intrépida e em permanente expansão". E se Carlos Zíngaro e Joëlle Léandre já são cúmplices musicais há mais de vinte anos, com a chegada dos dois outros elementos do quarteto a coesão e o produto final consolidou-se e ganhou outros contornos em termos de criatividade, tornando a formação numa das mais frutuosas da Música Contemporânea Europeia.
Com um disco editado ("Live At Banlieue Bleue" em 2012) é muito provável que a passagem do "Sudo Quartet" pelo Jazz em Agosto assente a prestação nos 40 minutos que fazem o álbum mas, obviamente, não se ficando por esse tempo a presença no palco do Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian. É que, com executantes deste calibre (e como consta na folha de sala) há aqui "criatividade sem quaisquer restrições" e a máxima de que "o palco deve ser um lugar permeável ao risco".
(O Autor não segue o novo Acordo Ortográfico)