A burocracia europeia e os apertos decididos pelo Ministério das Finanças estão a atrasar os financiamentos aos projectos do POSI. Apesar do dinheiro inscrito no Orçamento para o próximo ano há quem duvide da sobrevivência de algumas das iniciativas.
Em média, um projecto ligado ao Programa Operacional Sociedade de Informação (POSI) aguarda oito meses para receber as verbas já aprovadas. Com este tempo de espera grande parte dos projectos, em vários programas, desde a cidade digital aos conteúdos, corre mesmo o risco de fechar.
A burocracia europeia tem sido a justificação oficial para haver este entrave ao pagamento, mas não só, a TSF sabe que o Ministério das Finanças tem travado a transferência de verbas, aliás, como tem acontecido com empresas que trabalham com organismos públicos.
Além disso, as mudanças de responsabilidades do Ministério da Ciência para a Presidência do Conselho de Ministros também tem provocado atrasos no pagamento de projectos. O reflexo destas dificuldades está no tempo de espera pelos reembolsos, que saltaram os quatro para os oito meses.
Jaime Quesado, gestor do projecto, reconhece as dificuldades nos pagamentos mas confia que para o ano consiga regularizar a contabilidade.
«Existem bastante dificuldades na concessão de adiantamentos porque isso tem a ver um pouco com a filosofia de pagamento da Comissão Europeia», disse o gestor do projecto.
Segundo Jaime Quesedo, «a nossa prática, de alguns meses a esta parte, tem sido de dar o máximo possível de andamento aos sucessivos pedidos de andamento aos sucessivos pedidos de reembolso que os promotores estão fazendo».
Para o gestor do projecto, «os sinais de evolução recentes são muito positivos tanto que efectivamente a transição para o orçamento do próximo ano permite-nos expectativas muito positivas na capacidade efectiva de execução dos promotores no terreno».
Os sinais de evolução encontram-se no orçamento previsto para o próximo ano, em que o programa poderá receber mais de 40 milhões de euros. O POSI foi criado em 2000 pelo Governo chefiado por António Guterres e tem como objectivo desenvolver a sociedade de informação.