Faz esta quinta-feira um ano que a Galiza acordou para um pesadelo manchado de negro. O naufrágio do petroleiro Prestige causou uma catástrofe ambiental cuja dimensão continua por definir.
Trezentos e sessenta e cinco dias de incompetência atribuída às autoridades espanholas. Trezentos e sessenta e cinco dias de dignidade pelo esforço da população galega para ultrapassar os problemas que o Prestige deixou.
Estas são as duas ideias-chave que marcam um ano de maré negra na costa da morte: mais de 150 quilómetros de litoral afectado, cerca de 800 praias contaminadas, aves e espécies marinhas atingidas pela maré negra.
Ainda hoje se limpam algumas praias galegas porque o fuel-óleo continua a dar à costa.
Das cerca de 77 mil toneladas de fuel-óleo que o Prestige transportava no dia do naufrágio, ainda estão por resgatar mais de 30 mil toneladas: metade no fundo do mar e outra metade nas águas e rochas, segundo dados do Governo espanhol.
Só este mês vai ser concretizada a operação de resgate do fuel-óleo que afecta a Galiza. Os galegos dizem que o pior já lá vai, mas ainda há muito para limpar.
«Está muito melhor, agora já se trabalha, mas ainda há óleo nas rochas e quando o mar está bravo, a maré volta a ficar negra», disse um pescador à TSF.
Doze meses após a catástrofe, a pesca também ainda sofre as consequências do derrame. «Tudo o que estava perto da costa foi afectado», sublinha o pescador galego.
«Nunca mais!» continua a ser o grito de revolta que deu nome a um movimento cívico. Para esta quinta-feira, estão marcadas centenas de iniciativas para contestar a maré negra na Galiza.