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«Enquanto houver uma porta fechada ficarei triste»

Seabra Santos voltou a reafirmar a sua posição contrária ao encerramento dos portões da Universidade de Coimbra, apesar da porta da reitoria se manter aberta. Este dia fica também marcado pela alegada agressão de um docente a uma aluna.

As portas da Universidade de Coimbra foram encerradas, esta quarta-feira, a partir da meia-noite, com excepção das portas da reitoria.

Seabra Santos, reitor da Universidade, entrou no edifício cerca das 09:00, e apesar de se mostrar contente com o facto da porta da reitoria estar aberta, lamentava o facto de as outras portas estarem fechadas.

«Não fico particularmente satisfeito com isso, a porta da reitoria é uma das portas da universidade e enquanto houver uma porta fechada ficarei triste e tentarei naturalmente impedir ou evitar que isso aconteça», defendeu Seabra Santos.

«Tenho dito e tenho feito o que posso para dar nesta universidade a imagem de uma universidade aberta, que é aquilo que ela é e que deve ser, cada porta encerrada é uma atitude contraria a esta ideia de uma universidade aberta e não posso deixar de contrariar esta atitude», acrescentou o reitor.

Seabra Santos disse ainda compreender a posição dos docentes que reivindicam tomadas de posição mais firmes da parte da reitoria, face os protestos dos estudantes, e aproveitou para apelar à serenidade dos professores.

Professor agride aluna

Esta manhã de protestos fica também marcada por uma alegada agressão de um professor de bioquímica à uma aluna do terceiro ano de Geologia. A aluna fazia parte de um piquete de greve que se encontrava frente ao departamento de Ciências da Terra quando tudo aconteceu, pouco depois das 09:00.

Segundo a aluna Sónia Queiroz, «apareceu um professor, tentámos falar com ele, ele não nos quis ouvir, arrancou o cartaz, abriu a porta, fomos tentar outra vez falar com ele, eu cheguei um bocado à frente, bateu-me com a mão na cara, deitou-me os óculos aos chão e continuou a andar».

A aluna não sabe o nome do professor, mas pouco tempo depois da TSF confrontou o docente com esta queixa. O professor não quis dizer o nome e confirmou apenas que era do departamento professor do departamento de Bioquímica.

«A única coisa que eu fiz foi tirar o cartaz porque as pessoas devem poder entrar no seu local de trabalho pela porta de entrada, não é por outra», disse o professor que alegadamente agrediu Sónia Queiroz. «Ela que se queixe nos sítios próprios, aqui não».

O repórter da TSF ainda conseguiu ver este professor a tentar abrir outras portas da Universidade de Coimbra. Por agora sabe-se que a aluna pondera apresentar queixa contra o docente.

Redação