A Liga para a Protecção da Natureza está preocupada com os projectos imobiliários para a Costa Vicentina. Vai entregar esta quinta-feira um abaixo-assinado com 21 mil assinaturas ao ministro do Ambiente.
De acordo com José Manuel Alho, dirigente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), se forem construídos todos os projectos para a zona do Sudoeste Alentejano e Costa Vincentina, serão instaladas mais 20 mil camas turísticas.
«Neste momento constam um conjunto de ameaças, desde os empreendimentos turistico-imobiliários, práticas agrícolas intensivas perfeitamente desajustadas e também algumas ideias relativamente a uma reorganização no ordenamento do território que nos deixa preocupados», alertou o dirigente.
A LPN considera também que o Governo tem responsabilidades numa área que é uma referência para a História portuguesa: «Foi a partir desse espaço que se avançou para a saga dos Descobrimentos, e por isso deveria merecer algum cuidado e sensatez, e pensamos que impere de facto uma atitude política que leve ao assumir dessa responsabilidade que Portugal tem perante os portugueses e o mundo».
Os ambientalistas receiam que com o recém aprovado plano de desenvolvimento do turismo, o Governo viabilize todos os projectos considerados estruturantes, passando por cima dos planos de ordenamento.
A LPN apela assim ao ministro do Ambiente para que se lembre do que aconteceu com o projecto em Odemira, também estruturante, e que na sua inauguração contou com a presença do então primeiro-ministro, Cavaco Silva, estando o empreendimento hoje abandonado.