Mais de milhão de crianças poderão ficar órfãs até 2010, em Moçambique, sendo que 927 mil ficarão sem pais devido ao vírus da Sida. Das 95 mil mortes previstas este ano devido à doença, 14 mil são crianças com menos de 15 anos.
Mais de milhão de crianças moçambicanas poderão ficar órfãs até 2010, revelou a ministra da Mulher e Coordenação da Acção Social de Moçambique.
Destas, 927 mil ficarão sem pais devido ao vírus da Sida, acrescentou Virgília Matabele na abertura do primeiro seminário nacional sobre crianças órfãs e vulneráveis no contexto da Sida.
Esta «catástrofe silenciosa» da sociedade moçambicana força muitas crianças a deixar a escola para tomar conta dos irmãos mais novos, outros dedicam-se à agro-pecuária para se sustentarem, outros ainda acabam vendedores ou meninos de rua, alertou Virgília Matabele.
Marie-Pierre Poirier, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), estima em 95 mil o número de mortes relacionadas com a Sida, este ano, no país. Catorze mil são crianças com menos de 15 anos.
Segundo a UNICEF, prevê-se que em Moçambique o número de órfãos atinja os 1,182 milhões em 2010, uma estimativa mais baixa que a organização não-governamental norueguesa «Save the Children» (1,8 milhões).
Dados do ano passado revelam que 15,9 por cento das crianças que ficam sem pai, mãe ou ambos se encontram na província de Maputo.
Moçambique está entre os dez países mais afectados pela Sida em todo o Mundo, sendo a taxa nacional de prevalência de 13,6 por cento na faixa etária entre os 15 e 49 anos.