O Tribunal da Boa-Hora condenou hoje o alegado terrorista indiano Abu Salem a quatro anos e meio de prisão, dando como provados todos os crimes de que era acusado pelo Ministério Público.
Abu Salem foi condenado pela prática de crime de uso de documentação falsa de forma continuada, falsidade de identificação e resistência e coacção às autoridades.
A sua mulher, Monika Bedi, foi condenada a dois anos de prisão por uso continuado de documentos falsos.
O Tribunal decidiu transformar os três crimes de uso de documentação falsa de que era acusado Abu Salem, num só processo, o mesmo acontecendo no caso da sua mulher.
À pena hoje decretada pelo juiz-presidente Francisco Caramelo, serão deduzidos os 13 meses de prisão preventiva dos dois arguidos, detidos a 18 de Setembro de 2002.
Abu Salem e Monika Abedi, foram ainda condenados a pagar os custos dos processos.
O juiz considerou que o uso de documentos falsos revela uma «vivência delinquente acentuada», sobretudo no caso de Abu Salem, e que «coloca em causa a segurança dos Estados, que se vêem invadidos por cidadãos não identificados».
No que respeita ao crime de resistência e coacção às autoridades o juiz defendeu que houve intenção por parte do arguido Abu Salem, já que o seu carro só foi travado quando embateu na viatura dos agentes da Polícia Judiciária.
Os dois cidadãos indianos aguardam ainda a decisão da justiça aos pedidos de extradição para o seu país.
No âmbito deste processo, Monika Bedi será ouvida hoje no Tribunal da Relação de Lisboa.
O outro arguido neste proceso, o Sheikh Afzal, também acusado de resistência à s autoridades, e que seguia no carro com Salem no momento da detenção, foi absolvido pelo tribunal.