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Ambientalistas criticam silêncio do Governo

Seis organizações ecologistas abandonaram a comissão de acompanhamento das infra-estruturas do Alqueva. Acusam o Governo de não responder aos seus pedidos de reunião e admitem apresentar queixa na Comissão Europeia.

Seis organizações ecologistas abandonaram os dois lugares a que tinham direito na comissão de acompanhamento das infra-estruturas do Alqueva.

Acusam o Governo de não ter respeitado um compromisso essencial: por razões ambientais, o nível da água em Alqueva não devia ultrapassar a cota máxima de 139 metros.

Neste sentido, criaram a Plataforma Pelo Alentejo Sustentável e ameaçam apresentar queixa em Bruxelas.

«O Governo recusa-se a discutir connosco esta matéria. O único recurso que nos resta é apelar a uma instância superior, neste caso à Comissão Europeia», declarou Joanás de Mello, numa conferência de imprensa em pleno paredão da barragem.

O silêncio do ministro

Os ambientalistas dizem que estão há mais de um ano para se reunirem com o Governo sobre Alqueva mas que apenas têm obtido como resposta o silêncio do ministro do Ambiente.

«Este novo ministro entrou em funções há meia dúzia de meses. Posso dizer que esta plataforma de associações pediu uma reunião com o novo ministro há cerca de cinco meses e estamos até hoje à espera de uma resposta», lamentou Joanás de Mello.

«Em relação a este Governo, a última reunião que tivemos com o então ministro Isaltino Morais sobre esta matéria foi em Julho de 2002, tendo ficado a reunião seguinte agendada para entre Outubro e Novembro do mesmo ano», acrecsentou.

Os ambientalistas acusam o Governo de não estar a cumprir as medidas de compensação e de minimização dos impactos ambientais em Alqueva e de, no momento em que a água da barragem já ultrapassa a cota 139, ainda não haver um estudo claro quanto ao modelo que se pretende para o futuro aproveitamento da água.

Redação