A violência doméstica vai receber mais atenção por parte do Governo, afirmou esta segunda-feira em Bruxelas o ministro da Presidência, Morais Sarmento, reconhecendo que nesta área a situação das mulheres portuguesas é «particularmente difícil».
«Temos níveis elevados de violência doméstica», reconheceu o ministro, que tem a tutela da Igualdade, sublinhando que a situação da mulher em Portugal é «particularmente difícil» neste campo.
O responsável lembrou que o fenómeno assume contornos semelhantes noutros países do Sul da Europa e que a violência doméstica atinge, com níveis igualmente «intoleráveis» as crianças e os idosos, além das mulheres.
Sarmento, que falava à margem de um encontro com a comissária europeia para o Emprego e Política Social, a quem convidou para estar em Portugal no Dia da Mulher (a 8 de Março), considerou que há «pouca sensbilidade» em Portugal para o problema da violência doméstica.
Opinião pública pouco sensível
De acordo com o responsável, uma das priopridades em matéria de igualdade entre sexos passa por isso pela intervenção do Governo e sensibilização da opinião pública, assim como pela promoção da informação e formação dos agentes policiais e judiciários para lidar com o problema.
Os níveis de queixas levadas a julgamento são muito baixos e o número de pedidos judiciais para afastar a vítima do agressor é inferior a cinco por cento, num país onde morrem mensalmente cinco mulheres vítimas de violência doméstica.
O ministro lamentou que em Portugal haja ainda «excessivos casos em que situações de violência doméstica são considerados como aceitáveis ou fazendo parte do normal relacionamento no seio da família».