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Pais não querem turma de alunos ciganos

A decisão de integrar uma turma de alunos de etnia cigana na Escola Augusto Moreno, em Bragança, está a revoltar os pais dos alunos, que garantem que não vão aceitar a decisão da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).

Os pais tomaram esta decisão em reunião e prometem radicalizar o protesto caso a DREN não mude de ideias, nomeadamente fazendo um boicote às aulas.

«A forma prepotente como a DREN está a querer impor esta turma nesta escola não é de maneira nenhuma aceitável. Se eles estão prepotentes, nós também somos prepotentes», afirmou o porta-voz dos pais dos alunos da escola.

«Não vamos pôr em risco a continuidade de 500 miúdos que estão aqui para darmos oportunidade a 18 pessoas que não têm oportunidade nenhuma», acrescentou.

Os pais propõem que a DREN envie os alunos para outra instituição ou que os divida por várias escolas do concelho. Seja qual for a decisão, garantem que estão dispostos a levar a sua acção até às últimas consequências.

DREN insiste em colocar alunos

Por outro lado, Lino Ferreira, director da regional de educação do Norte, alegou que a Escola Augusto Moreno (na imagem) é a que tem melhores condições em Bragança para acolher a turma de alunos de etnia cigana.

«A escola foi adaptada a partir de uma escola superior de educação, portanto tem boas condições para o nível etário dos alunos, que não são já crianças», sustentou.

Lino Ferreira argumentou ainda que, se a sociedade não souber acolher agora estes alunos, será mais difícil fazê-lo no futuro.

Apelos à calma do comissário para as minorias étnicas

Entretanto, o porta-voz do alto comissariado para as minorias étnicas, Rui Marques, apelou às duas partes para chegarem a um acordo e garante que os protestos não levam a lado nenhum.

«Qualquer atitude radical, quer de pais mais exaltados que queiram bloquear o acesso de crianças e jovens com problemas na sua carreira na escola, quer discursos muito radicais (...) são soluções que não levam a lado nenhum», defendeu.

Rui Marques lembrou ainda que «há uma responsabilidade social de inclusão de todas as crianças e adolescentes no sistema educativo».

Redação