O Ministério Público vai investigar as causas do desabamento parcial de um prédio antigo em Olhão. A derrocada aconteceu na terça-feira e matou duas pessoas.
O desabamento do prédio de dois andares, situado na Rua 18 de Junho, em Olhão, aconteceu depois de uma descarga de materiais para as fundações de um prédio de cinco pisos que estava a ser construído ao lado.
O vice-presidente da Câmara de Olhão, Luís Medeiros, afirmou que não está confirmado se houve ou não negligência por parte da Gimot, empresa responsável pela construção do imóvel, cujas as obras vão ficar suspensas por tempo indeterminado.
O responsável adiantou ainda que a obra está licenciada e que a hipótese dos trabalhos de escavação terem provocado a derrocada do edifício vai ser agora investigada pelo Ministério Público.
Após a vistoria ao local das obras, efectuada quarta-feira pela Câmara de Olhão, os técnicos verificaram que não existiam quaisquer elementos de apoio (escoras) que garantissem a estabilidade do prédio que ruiu.
Segundo o relatório da vistoria, «na zona de ocorrência da derrocada, Norte/Nascente, não se observou a execução de trabalhos referentes a quaisquer elementos estruturais ou existência dos mesmos».
O documento explica ainda que as obras em curso no dia do desabamento se resumiam a trabalhos de escavação e que a empena Sul e fachada Nascente do edifício que ruiu se apresentavam «bastante danificadas, com fissuras e rachas de dimensão considerável».
No relatório, a Câmara de Olhão ordenou ao proprietário que assegure a demolição no prazo de três dias, até sábado, da parte do prédio que ficou erguida.
Segundo o autor da vistoria, caso o proprietário não proceda à demolição no prazo estipulado, a Câmara substitui-lo-á, apresentando posteriormente a factura.