Os 29 militares da Brigada de Trânsito (BT) transferidos há um ano para o dispositivo territorial da GNR revelaram, sexta-feira à noite, que vão processar o seu ex-comandante, major-general Alfredo Assunção.
«Depois de analisar o despacho de 12 de Novembro de 2002, emitido pelo major-general, os militares entendem que o teor fere a sua honra pelo que vão proceder criminalmente contra ele», anunciou o advogado dos 29 militares da BT, David Catana.
Já existe um processo destes militares contra o ex-comandante geral da GNR, tenente-general Rui Tomás.
Os militares reuniram-se sexta-feira à noite em Anadia, Aveiro, para discutir a sua reintegração na BT, já determinada por despacho governamental.
Neste encontro os militares equacionaram a hipótese de avançar com processos cíveis contra a GNR.
«Ainda continuamos à espera que a GNR, por sua iniciativa, compense estes militares. Se não o fizer, os militares recorrerão a processos cíveis», afirmou David Catana.
O advogado pediu ainda uma «boa prenda» de Natal para estes militares, reintegrando-os nos locais onde estavam «a tempo de participarem na operação de trânsito desta quadra».
«Eles nada tinham a ver com as suspeitas de corrupção que fundamentaram o seu afastamento», sublinhou.
Durante o encontro, alguns militares receberam, através de telemóvel, indicação de que já tinham sido notificados para regressarem à BT.
O secretário de Estado da Administração Interna, Pais de Sousa, deu razão aos 29 militares, contrariando a ordem de Alfredo Assunção, que acabou por pedir a demissão, assim como o segundo-comandante da BT.