Das mulheres atendidas nas unidades hospitalares, sete em cada cem são vítimas de violência doméstica. Um estudo da Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres mostra que, em média, os actos sofridos levam a internamentos de dois dias.
O estudo intitulado «Os custos sociais e económicos da violência contra as mulheres», da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres foi elaborado com dados recolhidos por especialistas sobre os vários impactos da violência doméstica, num um inquérito sociológico a uma amostra de 1500 mulheres, com mais de 18 anos.
Os dados referem que 6,6 por cento das idas de mulheres a uma unidade hospitalar são provocadas por violência doméstica. O internamento mais comum é de dois dias, sendo que 28,6 por cento estiveram internadas mais de 24 horas.
Há mesmo casos que necessitam de intervenções cirúrgicas, como aconteceu com cinco mulheres da amostra usada. Esquimoses, fracturas, hematomas e feridas são as lesões mais comuns, mas no ano do inquérito, elaborado em 2001, foram registados três casos de aborto provocado pela violência doméstica.
As marcas psicológicas destes actos levam a que um quinto das mulheres consulte psiquiatras ou psicólogos. A professora Luísa Branco Vicente, da Faculdade de Medicina de Lisboa, explica que a perturbação emocional é o principal motivo que leva à necessidade de acompanhamento clínico e refere que «a mulher que sofre de violência doméstica tem nove vezes mais hipóteses de tentar o suicídio».