Os Estados Unidos violaram o direito internacional e utilizaram como pretexto os ataques de 11 de Setembro, afirmou Shirin Ebadi sem mencionar explicitamente aquele país, no discurso que, quarta-feira, pronunciou em Oslo, ao receber o Prémio Nobel da Paz.
A advogada iraniana Shirin Ebadi recebeu, hoje, na capital norueguesa o prémio Nobel da Paz com que foi distinguida este ano. No seu discurso criticou fortemente o ocidente.
«As preocupações dos defensores dos direitos humanos agravam-se quando vêem que os direitos humanos são transgredidos não apenas por aqueles que se lhes opõem notoriamente (...) mas também pelas democracias ocidentais», afirmou.
«Nos dois últimos anos alguns Estados violaram os princípios universais e os direitos humanos, ao utilizarem os acontecimentos do 11 de Setembro e a guerra contra o terrorismo internacional como pretexto», sublinhou Shirin Ebadi.
No seu discurso a Nobel da Paz evocou, ainda, o caso de centenas de prisioneiros detidos pelos Estados Unidos em Guantanamo «sem a protecção prevista pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pelos textos das Nações Unidas sobre os direitos civis e políticos».
Shirin Ebadi, de 56 anos, foi distinguida pelo comité Nobel pela sua acção em prol dos direitos humanos, das mulheres e das crianças do Irão, país que George W. Bush inclui no chamado «eixo do mal».