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Ex-militar pede apoio do Estado para transplantes

Pedro Almeida, antigo pára-quedista, cumpriu missão na Bósnia e em Timor-Leste. Foi-lhe diagnosticada uma grave fibrose pulmunar. Em vésperas de ser internado, pede o apoio do Governo para realizar transplantes dos pulmões e do coração.

Pedro Almeida tem 26 anos e é natural de Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira. Antigo pára-quedista, esteve em missão na Bósnia e em Timor-Leste, onde começou a sentir dificuldades em respirar.

Foi tratado pelo Hospital Militar de Coimbra, onde lhe garantiram que a doença não era grave. Deram-lhe alta médica mas atestaram Pedro Almeida como sendo incapaz para o serviço militar.

Em Outubro, no Hospital de Santa Maria da Feira, foi-lhe diagnosticada uma grave fibrose pulmunar. Vive ligado a uma máquina de oxigénio e pede ao Governo prioridade nas listas de espera para realizar transplantes dos pulmões e do coração.

O apelo foi feito há um mês através de cartas e e-mails para o Ministério da Defesa e a Presidência da República. Recebeu resposta do gabinete de Jorge Sampaio a dizer que o assunto tinha sido encaminhado para o gabinete de Paulo Portas.

«Só peço que me salvem»

«Queria que o Estado me ajudasse e que eu conseguisse o mais rápido possível fazer os transplantes. É só isso que eu peço. Só peço que me salvem», disse à TSF.

O antigo pára-quedista não tem provas concretas mas suspeita da eventual exposição ao urânio empobrecido durante a missão na Bósnia. «Foi lá que eu fiquei assim. Eu dei muito ao Exército e abandonaram-me assim», lamenta.

A cada dia que passa, Pedro Almeida tem maior dificuldade em respirar. «Comecei a piorar e quando fui à consulta já era para ter lá ficado. Em princípio amanhã (terça-feira) devo ao hospital para ser internado porque falta-me cada vez mais o oxigénio», acrescentou.

Ex-militar sente-se abandonado

O ex-militar diz que nunca ninguém atestou qualquer relação da doença com a eventual exposição ao urânio empobrecido na Bósnia mas tem a certeza que foi enganado, primeiro no diagnóstico e depois por ter sido abandonado pelo Exército.

Pedro Almeida garante que de acordo com os exames feitos no Exército era saudável antes de cumprir missões na Bósnia em 1996 e em Timor-Leste em 2000.

Em vésperas de ser novamente internado só espera que, se receber algum dia apoio do Estado, não seja tarde demais.

A TSF já contactou o gabinete do ministro da Defesa, Paulo Portas, mas até agora não foi possível obter mais nenhuma informação sobre este caso.

Redação