A transplantação de medula óssea é um tratamento reconhecido, que permite muitas vezes a cura de doenças mortais como a leucemia ou imunodeficiências primárias que se manifestam logo após o nascimento.
Para Hélder Trindade, director do Centro de Histocompatibilidade do Sul (CHS), «a necessidade deste transplante surge na sequência de leucemias, na diminuição ou ausência na medula óssea das três linhas celulares, que dão origem, por exemplo, às plaquetas do sangue, e de algumas imunodeficiências primárias que se manifestam pouco tempo após o nascimento».
Nestas situações, a única esperança de vida é a transplantação de medula óssea com um dador idêntico, surgindo como primeiras hipóteses para dadores os irmãos do doente e depois voluntários compatíveis.
O processo de doação inicia-se com testes médicos, para saber se está em condições de doar a medula óssea e depois fazem-se análises ao sangue para despiste de doenças infecciosas, «sendo depois a informação enviada para uma base de dados internacional», disse o clinico
Quando se encontra um potencial dador compatível (tem de possuir idades compreendidas entre os 18 e 45 anos), este é informado e, caso aceite, prossegue com o processo.
Nesta altura, o dador é chamado por um Centro de Histocompatibilidade para fazer mais alguns testes e uma nova avaliação para doenças que possa ter contraído no espaço de tempo entre a inscrição e a chamada. A partir deste momento, o doente começará a fazer a preparação para a dádiva de células de medula para o doente.
«As células da medula óssea são colhidas do interior dos ossos pélvicos, onde se requer geralmente uma anestesia geral e uma breve hospitalização, ou através de uma injecção de factor de crescimento, aplicada por quatro vezes, sendo posteriormente feita uma colheita de células a partir da veia do braço», afirmou Hélder Trindade.
O processos de transplante de medula óssea são conduzidos pelos Centros de Histocompatibilidade do Norte, Centro e Sul.