O julgamento a 25 agentes da Brigada de Trânsito acusados de corrupção teve mais uma sessão, nesta quinta-feira, no Tribunal de Albufeira, com um dos advogados de defesa a pedir que o Ministério Público investigue o alegado perdão de multas.
Em causa estão as declarações do comandante da zona sul da Brigada de Trânsito (BT), feitas em tribunal, que afirmou ter conhecimento de listas com o nome de pessoas a quem eram perdoadas multas.
A defesa pretende esclarecer o caso e pretende mesmo enviar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) as declarações prestadas em tribunal pelo comandante em causa.
O advogado Sérgio Correia entende que o tenente-coronel António Antunes disse ser do seu conhecimento a existência de uma lista com nomes que não deveriam ser autuados pela BT, ou pessoas em relação às quais existiam citações expressas para haver tolerância em relação às multas.
Sérgio Correia apresentou mesmo um requerimento apresentado em tribunal onde pede a transcrição das declarações, por considerar que são «graves» e quer que essa transcrição seja entregue à PGR para instauração de inquérito e eventual procedimento criminal contra os alegados responsáveis pela elaboração de tais listas.
No entanto, as declarações do comandante da BT em tribunal referiram apenas grupos de pessoas, como magistrados, a quem eram perdoadas multas. Em resposta a uma crítica do juiz, Sérgio Correia sublinhou que o requerimento não se insere numa qualquer querela com o Ministério Público.
O julgamento ao caso de corrupção prossegue com a audição a mais um inspector da Polícia Judiciária, mas em dez sessões apenas três testemunhas prestaram declarações, das mais de 70 testemunhas que estavam previstas para serem ouvidas pelo colectivo de juizes, no período já «gasto» pelo julgamento.