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Praias interiores com pior qualidade em Portugal e Espanha

A qualidade da água das praias interiores de Portugal e Espanha é a pior da União Europeia, segundo indica um relatório da Comissão Europeia, divulgado esta segunda-feira, em Bruxelas.

O estudo da Comissão Europeia sobre a avaliação dos recursos hídricos europeus baseia-se em 57 indicadores. O documento é da autoria da Agência Europeia do Ambiente, que analisou a qualidade e quantidade de água do mar, rios, lagos, estuários e lagoas de diversos países europeus.

Assim, no que refere ao cumprimento das regras europeias da qualidade da água para banhos, este estudo mostra que em 2001, Portugal e Espanha foram os países que menos cumpriram as regras dos valores indicativos e obrigatórios da qualidade da água nas praias interiores. Os países mais cumpridores foram a Irlanda e a Dinamarca.

Já nos parâmetros de qualidade das águas costeiras, Portugal ficou no sexto lugar da lista dos mais respeitadores das regras europeias, obtendo níveis de cumprimento que atingiram os 96 por cento.

Estes parâmetros estabelecem níveis máximos para a presença de certos organismos na água, com o objectivo de proteger as pessoas de poluição acidental ou crónica, que podem provocar diversas doenças. Os parâmetros estão previsto na Directiva Quadro da Água para Banhos, de 1976.

Quercus reitera advertência

Francisco Ferreira, da organização ambientalista Quercus, lembra que há muito que a associação ambientalista tinha alertado para este problema no que refere à má qualidade da água das praias interiores.

«Cada Verão que passa a Quercus tem vindo a alertar para o facto das cerca de 50 zonas balneares interiores, ou seja praias fluviais, terem uma qualidade bastantes deficiente, que não tem vindo a melhorar», explicou Francisco Ferreira.

Para o ambientalista, «tem havido algumas oscilações relacionadas com o facto de haver anos mais secos, de menor caudal, e por vezes também anos que durante o Verão chove bastante e isso leva a uma qualidade pior dessas águas».

«Mas a principal razão é sem dúvida a falta de tratamento de influentes domésticos, problemas com a agro-pecuária», adiantou Francisco Ferreira, sublinhando que «isso tem a ver com a nossa incapacidade de gerir correctamente as bacias hidrográficas e de conseguir que os investimentos que estão a ser feitos tenham resultados práticos».

Redação