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PJ investiga Bombeiros de Sacavém

A Polícia Judiciária está a investigar os Bombeiros Voluntários de Sacavém por alegado contrabando de viaturas topo-de-gama. Uma pista da investigação foi dada com a apreensão de um jipe de alta cilindrada ao empresário Miguel Sousa Cintra.

Foi quando utilizou as luzes de emergência e a sirene de um jipe topo-de-gama para ultrapassar um outro carro que Miguel Sousa Cintra foi mandado parar pela polícia, no Algarve. Depois de investigar, a polícia descobriu que o veículo está registado em nome da Associação dos Bombeiros Voluntários de Sacavém. A viatura foi apreendida pois a lei não permite que uma viatura que pertence aos bombeiros seja usada por civis.

O episódio é relatado pelo «Correio da Manhã», que ouviu o empresário confirmar que utiliza o jipe, que ele próprio ofereceu aos Bombeiros, e que para isso tem a autorização do comando.

O caso levanta suspeitas, já que os carros comprados em nome das associações de bombeiros beneficiam de várias isenções fiscais ao nível do IVA e do Imposto Automóvel. Por exemplo, o jipe apreendido custa 113 mil euros mas o empresário terá gasto apenas 56 mil.

O presidente dos Bombeiros Voluntários de Sacavém e o comandante confirmam que o carro foi oferecido à corporação mas nunca esteve ao serviço dos bombeiros porque Miguel Sousa Cintra nunca o chegou a entregar. O presidente confessa que nunca viu a viatura e o comandante diz apenas que já a experimentou.

O jornal adianta que este caso está englobado numa investigação desenvolvida pela PJ há vários meses e que tem por objectivo saber como é que as associações de bombeiros utilizam os benefícios fiscais que lhes são concedidos.

Ouvido pelo CM, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, diz que são reprováveis quaisquer situações com os contornos sugeridos pela notícia.