A Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados afirma que trava uma batalha contra a «guerra civil nas estradas portuguesas» e fica moderadamente satisfeita com a redução dos números verificada na Operação Natal deste ano.
A maior sensibilização de quem conduz é um dos factores que a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados encontra para explicar a redução dos acidentes durante os três dias da Operação Natal.
Para Manuel João Ramos os números deste ano são positivos, mas as estatísticas podem ainda assim estar distorcidas.
«Ainda estamos muito longe de uma transparência em relação aos números e continuamos sem saber efectivamente quantas pessoas morrem, porque já se sabe que Portugal não conta os seus mortos a 30 dias, mas apenas no local do acidente, o que perverte totalmente as estatísticas», afirmou.
Mesmo assim o responsável diz que Portugal está no caminho certo para reduzir a sinistralidade nas estradas portuguesas, mas os passos continuam a ser fracos.
«Estamos no caminho certo, mas não houve infelizmente o efeito de chicoteada psicológica que teria sido necessária desde o princípio do Plano Nacional de Prevenção Rodoviária. Acho que era importante ter havido uma chicoteada psicológica forte e não adiamento sucessivos ou hesitações», defendeu.
Para o representante desta associação o Plano de Prevenção devia ser implementado sem haver quaisquer recuos e até seguir o exemplo francês.
«Estamos a falar de uma diminuição em termos médios de nove por cento de mortes em relação ao ano anterior. Em França estamos a falar de uma diminuição de 20 por cento, porque o papel da comunicação, o rigor da aplicação e a eficácia do sistema foi muito maior do que cá», defendeu.
«Por outro lado, também foi estendido de três para oito anos, o limite de penas de prisão efectivas no caso de homicídio voluntário ao volante», acrescentou.
Estas lições deviam ser seguidas em Portugal, salienta Manuel João Ramos, que não deixa de chamar a atenção o papel da comunicação social na sensibilização dos condutores.