Os sindicatos dos médicos admitem desconvocar a greve dos clínicos do Hospital de S. João, no Porto, em todos os serviços que se encontram em «iminente ruptura». «Acima dos direitos dos médicos, estão os doentes», disse Carlos Santos, do Sindicato Independente dos Médicos.
A greve começou às 08:00 do dia 26 e deverá prolongar-se até sexta-feira e foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Os médicos exigem o pagamento das horas extraordinárias realizadas em urgência pela tabela máxima do regime de trabalho médico (42 horas) para todos os clínicos, independentemente do seu horário.
Carlos Santos, do SIM, disse à Lusa que o sindicato soube através de fontes não oficiais que há serviços naquela unidade hospitalar que, devido à paralisação dos médicos, estão em «completa ruptura», nomeadamente os serviços de Medicina, «que a curto prazo implicarão danos aos doentes».
«Os sindicatos entendem que, acima dos direitos dos médicos, estão os doentes, admitindo, por isso, desconvocar a greve em todos os serviços que se encontrem nesta situação», disse.
«Como não houve médicos, não houve altas, logo haverá doentes a mais», frisou, acrescentando que uma tomada de posição dos sindicatos depende agora do funcionamento dos serviços durante o dia de hoje.