A efedrina, planta utilizada em suplementos dietéticos e energéticos, proibida pela autoridade do medicamento norte-americana pelo risco de provocar ataques cardíacos, está à venda em Portugal, adiantaram hoje fontes médicas.
A esta substância têm sido atribuídos vários problemas do foro cardíaco por especialistas nos Estados Unidos. Em Portugal, também vários cardiologistas se têm demonstrado preocupados com a utilização desta planta em suplementos alimentares e energéticos.
O presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), Manuel Carrageta, defende mesmo a proibição da substância pelas autoridades portuguesas, como foi decretada pela autoridade que regula o sector do medicamento nos Estados Unidos.
O cardiologista alertou para a existência de uma série de produtos com efedrina que estão à venda em farmácias portuguesas e em ervanárias.
No caso das farmácias, a efedrina encontra-se essencialmente como composto de xaropes contra a tosse e descongestionantes.
Dez medicamentos com efedrina no prontuário do Infarmed
No prontuário do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) a efedrina aparece como substância activa de pelo menos dez medicamentos, principalmente nos indicados para o aparelho respiratório, contra a tosse e expectorantes, bem como descongestionantes.
Manuel Carrageta deixa também um aviso quanto à utilização desta planta como produto dietético e suplemento energético, produtos «facilmente vendidos em ervanárias».
«As pessoas pensam que, comprando um produto natural, adquirem um medicamento saudável. Mas essa é uma prática da medicina do século
XIX e nós já estamos no século XXI», alertou.
A efedrina é também utilizada ilegalmente por desportistas para aumentar o desempenho e energia. Nestes casos quando é detectada, implica punição.