Mil milhões de garrafas de champanhe vão abrir-se ao virar do ano, em todo o mundo, para festejar a entrada em 2004. Metade das rolhas que então «voarão» dos gargalos serão de fabrico português, estima a associação empresarial do sector.
Segundo a Associação Portuguesa da Cortiça (APCor), em 1999 venderam se em todo o mundo 327,1 milhões de garrafas de champanhe - número que triplicou no virar do milénio e que deverá manter-se nesta passagem de ano 2003/2004.
A APCor adianta que o Reino Unido é o principal consumidor deste produto específico, consumindo 32,3 milhões de garrafas de champanhe e, por arrasto, outras tantas rolhas.
Pressão é maior que a do pneu de um carro
A primeira rolha de champanhe foi utilizada em 1670 e as suas características foram definidas em decreto régio francês.
As rolhas de champanhe são diferentes na aparência das outras rolhas de cortiça - com uma extremidade que se sobrepõe ao gargalo - mas, na realidade, elas «nascem» cilíndricas como todas as outras: só quando são introduzidas, através da força, nas garrafas, é que ganham a forma de cogumelo, em resultado da pressão do vinho gaseificado do interior da garrafa para o exterior.
As rolhas de champanhe são, no entanto, concebidas para manter a pressão do gás na garrafa e impedir que ele se liberte. E essa pressão é seis vezes maior do que a pressão do pneu de um carro.
Por isso é que, ao ser retirada, a rolha de champanhe provoca aquilo que o escritor William S. Benwell descrevia como um «som melodioso, semelhante ao de um homem que abre o seu coração».