O Movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia teme que Ministério da Saúde faça um aproveitamento político do caso da grávida de risco que perdeu o feto na sexta-feira.
O Movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia receia que possa existir um aproveitamento político do caso da grávida de risco que sexta-feira perdeu o feto no Hospital de Santa Maria.
Bruno Reis, porta-voz do movimentos dos enfermeiros que protestam contra o trabalho especializado não remunerado, considera que "poderá haver esse aproveitamento, sem dúvida nenhuma, por parte do ministério da saúde e dos intervenientes nesta questão".
O enfermeiro referiu não se pode estabelecer uma relação entre este caso e o protesto dos enfermeiros e lamenta que o inquérito aberto pelo Conselho de Administração do hospital tente apurar se existe um nexo de causalidade entre o protesto e o que aconteceu.
"Tem de ser perceber o que é que aconteceu. É normal fazer o inquérito interno, só não achamos muito correto a forma como é formulado. Ou seja, tentar atribuir diretamente uma causa ao protesto. Não poderemos fazer um inquérito sério, se não tentarmos perceber todo o enquadramento no hospital", referiu Bruno Reis.
Bruno Reis acredita que "poderá haver aqui uma tentativa de condicionar o inquérito", sublinhando que "a cargo das grávidas, existem mais profissionais na sua vigilância, que não só enfermeiros. Como tal, esse inquérito terá de ser alargado".
O porta-voz dos enfermeiros que protestam contra o trabalho especializado não remunerado garante que o movimento não vai "desmobilizar por um acontecimento que terá de ser tratado de forma cuidada, com respeito pelas pessoas".